Este grupo abrange minerais e mineralóides compostos
basicamente por SiO2, que é um composto eletricamente neutro e não contém
outras unidades estruturais a não ser o tetraedro. Existem pelo menos nove maneiras
diferentes de arranjar os tetraedros de modo a compartilhar todos os oxigênios, gerando
estrutura contínua e eletricamente neutra. Estes nove modos de arranjo geométrico
correspondem aos nove polimorfos conhecidos de SiO2, dos quais alguns são
conhecidos apenas como substâncias sintéticas, além de diversas variedades com
estrutura cripto a microcristalina.
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Cada um destes polimorfos tem sua estrutura interna, morfologia externa
características, dimensões de cela e energia reticular características. As variedades
de maior temperatura possuem estruturas mais espaçosas e menor energia reticular;
portanto, são menos estáveis. Das variedades de baixa pressão (quartzo a e b , tridimita de alta e baixa
temperatura e cristobalita de alta e baixa temperatura) é o quartzo que exibe simetria
mais baixa e o retículo mais compacto; e a cristobalita que exibe a maior simetria e o
retículo mais dilatado. Cada um desses tipos pode transformar-se em outro mediante o
rompimento das ligações silício-oxigênio e o re-arranjo dos tetraedros em outro
padrão. Essa transformação é relativamente rápida, mas não o suficiente para impedir
que cristobalita e tridimita ocorram em equilíbrio metaestável com quartzo a . Já as modificações de temperatura alta e baixa, que diferem
umas das outras somente no comprimento ou na direção das ligações unindo os íons de
Si e de O, mudam rapidamente de maneira reversível em uma temperatura de inversão
aproximadamente constante, podendo repetir-se muitas vezes sem desintegrar a estrutura
física do cristal, contudo as mudanças de volume provocadas por estas transformações
podem gerar defeitos em peças cerâmicas, tais como trincas e empenamentos, especialmente
a passagem do quartzo b para quartzo a.
O efeito do aumento da pressão consiste em elevar todas as
temperaturas de inversão e, para qualquer temperatura, favorece a formação do polimorfo
que ocupe o menor espaço. A coesita e a stishovita, são as variedades de pressão alta,
respectivamente com densidades relativas de 3,01 e 4,35, enquanto a densidade do quartzo
é 2,60g/cm3.
Calcedônia
Foto do Mineral |
Forma
Cristalográfica |
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Cristais de jaspe (vermelhos) |
Direções ópticas e
cristalográficas
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Variedade criptocristalina de quartzo, podendo
conter minúsculos cristais de quartzo com poros submicroscópicos; translúcida e
freqüentemente de belas colorações; todas as variedades tem aplicações em joalheria e
em objetos de adorno. As calcedônias e ágatas comuns prestam-se para bolas de moinhos de
preparação de pastas cerâmicas e para a confecção de equipamentos de laboratórios. A
denominação "stricto sensu", refere-se a variedade comum, cinza-azulada.
Quando pedras translúcidas ou
semitransparentes recebe o nome de JASPE, entre elas as variedades de calcedônia de tons
claros (sin.: jasperita). Calcedônia opaca, de cor vermelha, marrom ou amarela, às vezes
em listas devidas a inclusões de hematita, de fratura irregular e concóide; apresenta-se
em massas e tem emprego em joalheria e na confecção de objetos de adorno e carimbos. As
principais denominações que aparecem são: jaspe-listado, jaspe-porcelana, jaspe
basáltico, plasma (verde-escuro), heliotrópio (plasma com manchas de cor
vermelha-de-sague) e; pedra córnea (opaca, de coloração impura e fratura e brilho com
aspecto de chifre).
Opala
Foto do Mineral |
Forma
Cristalográfica |
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Cristal de opala |
Direções ópticas e
cristalográficas
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Fórmula Química - SiO2.nH2O
Composição - Óxido de silício hidratado
Cristalografia - Amorfo a criptocristalino
Propriedades Ópticas - Uniaxial positivo
Hábito - Maciço
Clivagem - Inexistente
Dureza - 5,5 - 6,5
Densidade relativa - 2,01 - 2,16
Fratura - Conchoidal
Brilho - Transparente, vítreo
Cor - Muito variável, mostrando jogo de cores, efeito este que parece derivar da
reflexão da luz em camadas com diferentes quantidades de água. Pesquisas mais recentes
evidenciam que se trata de uma forma de cristobalita hidratada, com poros
submicroscópicos que contém água
Associação - Normalmente
associada a outros minerais silicáticos.
Propriedades Diagnósticas - Pode ser facilmente identificada pela cor e brilho.
Ocorrência - Ocorre em fendas e cavidades de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares, em
nódulos em calcários, veios, fontes termais etc., originado-se das decomposições
termais de silicatos e rochas silicatadas.
Usos
- As opalas nobres e lapidadas, são usadas na joalheria, a opala comum na
confecção de adornos artesanais ou para coleção e fins acadêmicos; nas escultura de
pequenas estatuetas, etc.
Quartzo
Foto do Mineral |
Forma
Cristalográfica |
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Cristais prismáticos de quartzo |
Direções ópticas e
cristalográficas
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Fórmula Química - SiO2
Composição - 46.74 % Si, 53.26 % O
Cristalografia - Trigonal
Classe - Trapezoédrica
Propriedades Ópticas - Uniaxial positivo
Hábito - Granular, prismático, compacto etc.
Clivagem -
Imperfeita segundo {1011} ou {0111}
Dureza - 7
Densidade relativa - 2,65
Fratura - Conchoidal
Brilho - Vítreo
Cor - Incolor, branco, púrpura, preto, cinza, leitoso, etc.
Associação - Feldspato, piroxênios, anfibólios, micas etc.
Propriedades Diagnósticas - Brilho, fratura conchoidal, forma dos cristais, transparência e
propriedades óticas.
Ocorrência - É gerado por processos
metamórficos, magmáticos, diagenéticos e hidrotermais.
Usos - Areia
para moldes de fundição, fabricação de vidro, esmalte, saponáceos, dentifrícios,
abrasivos, lixas, fibras óticas, refratários, cerâmica, produtos eletrônicos,
relógios, indústria de ornamentos; fabricação de instrumentos óticos, de vasilhas
químicas, refratários etc. É muito utilizado também na construção civil como areia e
na confecção de jóias baratas, em objetos ornamentais e enfeites, na confecção de
cinzeiros, colares, pulseiras, pequenas esculturas etc.
Variedades - A variedade incolor a levemente colorida chamada cristal de rocha,
pode atingir dezenas de quilogramas e é utilizado em aparelhos de óptica, em
radiodifusão e como pedra semipreciosa. As variedade incolores a coloridas empregadas
como gemas são: ametista [de cor violeta, que muitas vezes possui zonas coloridas
de maior refringência]; quartzo enfumaçado (variedade de cor castanho-fumo, às
vezes com tons amarelados ou marrons, provavelmente resultante de radioatividade ou da
presença de matéria orgânica, sendo que a cor normalmente desaparece pelo aquecimento [sin.:
quartzo defumado, quartzo "fumé", topázio-de-escória); freqüentemente
transparente]; morion (variedade de cor negr-acastanhado ou negr-de-piche, que
difere do quartzo enfumaçado por não ser passível de transformação em citrino quando
aquecido); citrino (de cor amarel, também obtida pelo aquecimento de alguns tipos
de ametista); quartzo rosa (tonalidades rosa-clara de intensidade variada,
grosseiramente cristalino, turvo, que quase nunca apresenta faces cristalinas, com cor
provavelmente devido à presença de Mn ou Ti, que enfraquece sob a ação da luz solar
(sin.: canga-rosa) ); aventurino (variedade microcristalina, translúcida, com
finas inclusões foliadas, geralmente de fuchsita ou fengita, que o tornam cintilante,
fenômeno conhecido por aventurescência [ também recebe esta denominação quartzo com
inclusões de hematita com cor cinza, amarela ou marrom e uma variedade de feldspato com
reflexos avermelhados]; quartzo fantasma (variedade formada pelo crescimento
através de fases cíclicas, entre as quais houve deposição epitáxica de outras
substâncias (sin.: quartzo espectral); quartzo-cabelo-de-vênus (variedade
rica em inclusões de amianto ou rutilo); olho-de-tigre (variedade com inclusões
aciculares dispostas subparelelamente a uma direção cristalográfica); quartzo
rutilado (variedade com inclusões aciculares de rutilo). Existem ainda muitos outras
denominações para esse mineral, dentre as quais destacam-se: quartzo filoneano ou
quartzo de veio (normalmente turvo, esbranquiçado a leitoso, usado em cerâmica,
fabricação de vidro, em ligas ferro-silíco e como abrasivo); quartzo fibroso
(agregado de fibras paralelas, às vezes pseudomórfico de asbestos e outros minerais
fibrosos); olho-de-tigre (espécie rica em fibras de asbesto, com acatassolamento e
bonitos reflexos e cores, apreciadas como gemas lapidadas em cabuchão); quartzo
ferrífero (consiste em cristais coloridos em amarelo, castanho ou vermelho, por
óxidos de ferro, usado em joalheria); quartzo azul ou quartzo-safira (
turvo e com coloração azulada, produzida por fenômenos de difusão luminosa, em
defeitos cristalográficos ou em finas agulhas de rutilo, usado em adornos); prásio
(verde-musgo, devido inclusões de minerais verdes como actinolita; utilizado em
joalheria); quartzo leitoso (turvo, branco-de-leite, devidoa inclusões líquidas e
gasosas e fraturas cicatrizadas, utilizado na fabricação do vidro, em cerâmica, como
abrasivo, etc.); venturina (reflexos e irisações internas, motivadas por
minúsculos cristais de micas, como inclusões, empregado como pedra de adorno e gema) ; quartzo
hematóide (de cor vermelho-opaco; usado também em joalheira).
Tridimita
Clivagem
- Prismática imperfeita
Dureza - 6,5 -
7
Densidade relativa - 2,26
Fratura - Fratura conchoidal
Brilho - Vítreo
Cor - Incolor a branca
Associação - Geralmente
associada a cristobalita.
Propriedades Diagnósticas - Gênese e propriedades óticas. Relevo baixo a moderado, negativo;
geminação na forma de cunha; índice de refração ligeiramente inferior ao da
cristobalita.
Ocorrência - Ocorre apenas em rochas magmáticas efusivas ácidas de alta temperatura
(riólitos, obsidianas, traquitos, andesitos e dacitos) e é também preparado
artificialmente para uso como material refratário e em meteoritos.
Usos - Areia
para moldes de fundição; fabricação de vidro, esmalte, saponáceos, dentifrícios,
abrasivos, lixas, fibras ópticas, refratários, cerâmica, produtos eletrônicos,
relógios; indústria de ornamentos; fabricação de instrumentos ópticos; fabricação
de vasilhas químicas; refratários etc.
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