O molibdênio e tungstênio são
encontrados, respectivamente, no quinto e sexto período da tabela periódica. Esses
elementos, juntamente com outros pares da tabela periódica (ex., Zr e Hf, Nb e Ta.) são
caracterizados por raios iônicos similares devido a contração lantanídea (0,62 A),
podendo desta forma constituir solução sólida completa. Contudo, na natureza soluções
sólidas entre Mo e W são raras, devido ao grande contraste do comportamento geoquímico
desses elementos, resultantes de suas densidades contrastantes (W 184 e Mo 96) e da
afinidade do Mo com o enxofre. Dessa maneira não é raro encontrar tungstato primário
quase inteiramente isento de molibdênio, e vice-versa. Por outro lado, nos minerais
secundários os dois elementos estão frequentemente constituindo solução sólida.
Os íons hexavalente de tungstênio e molibdênio são maiores que do
enxofre hexavalente e do fósforo pentavalente, fazendo com que os quatro íons
coordenados de oxigênio não ocupem os vértices dos tetraedros regulares, como nos
sulfatos e fosfatos, resultando em agrupamento algo achatado de contorno quadrado.
O Mo pode ocorrer como sulfeto (MoS2) devido a sua afinidade
com o S e em muitos casos a combinação com o oxigênio aparece confinada à zona de
oxidada dos depósitos. Já o W ocorre quase exclusivamente em combinação com o
oxigênio, formando os tungstatos. O sulfeto de tungstênio WS2 (tungstite) é
muito raro.
Os minerais desta classe química distribuem-se em dois grupos
isoestruturais principais: o grupo da volframita e da scheelita.
O grupo da volframita que consiste em pequenos cátions bivalentes,
como o ferro, manganês, magnésio, níquel e cobalto, em coordenação 6 com os íons
tungstato. Nesse conjunto ocorre solução sólida completa entre o Fe++ e o Mn++
e a estrutura resultante é monoclínica.
O grupo da scheelita contém compostos de íons bivalentes maiores,
como o cálcio e o chumbo, em coordenação oito com os íons tungstato e molibdato. O
tungstênio e o molibdênio podem substituir-se mutualmente, formando séries parciais
entre a scheelita(CaWO4) e a powelita (CaMoO4), e entre a stolzita
(PbWO4) e a wulffenita (PbMoO4). A substituição entre o Ca e Pb,
forma série parcial entre scheelita e a stolzita e entre a powellita e a wulffenita.
Ferberita
Foto do Mineral |
Forma
Cristalográfica |
 |
 |
Cristais de ferberita (preto) com siderita
|
Direções ópticas e cristalográficas
|
Fórmula Química - Fe2+(WO4)
Composição - 18,39 % Fe, 60,54 % W,
21,07 % O
Cristalografia - Monoclínico
Classe - Prismático
Propriedades Ópticas - Anisotropia fraca, branco acinzentado
Hábito -
Prismático, lamelar ou maciço
Clivagem - Perfeita
em {010}
Dureza - 4,5 - 5,0
Densidade relativa - 7,4
- 7,5
Brilho - Submetálico
Cor - Preto
Associação - Pode estar associada a outros volframatos, a cassiterita,
ilmenita, topázio, etc.
Propriedades Diagnósticas - Cor, densidade, clivagem, traço e dureza.
Ocorrência - Origina-se
em diques de pegmatitos e veios ou filões de quartzo, normalmente ligados a corpos
graníticos. Ocorre normalmente junto com cassiterita nas últimas fases da
cristalização, podendo também associar-se a veios com cobre, manganês, scheelita,
fluorita, hematita e rodocrosita.
Usos - Fonte de W.
Scheelita
Foto do Mineral |
Forma
Cristalográfica |
 |
 |
Cristal de scheelita em rocha
|
Direções ópticas e cristalográficas
|
Fórmula Química - CaWO4
Composição - Tungstanato de
cálcio. 80,6% WO3, 19,4% CaO
Cristalografia - Tetragonal
Classe - Bipiramidal tetragonal
Propriedades Ópticas - Uniaxial positivo
Hábito - Agregados granulares a maciços, raramente com cristais prismáticos
bem formados
Clivagem - Boa
Dureza - 4,5-5
Densidade relativa - 5,9 - 6.2
Brilho - Vítreo
a adamantino
Cor - Branco,
amarelo, verde, castanho
Associação - Normalmente associada a volframita.
Propriedades Diagnósticas - É solúvel em HCl deixando resíduo amarelo; produz cor azul-escura
quando o pó e fervido em HCl e novamente fervido após adicionar Zn ou Sn. É
fluorescente sob luz ultravioleta, produzindo luz branco azulada, que se torna amarelada
com a presença significativa de Mo. Densidade alta. A scheelita, como a fluorita, são
minerais que tem forte fluorescência. Emite luz por interferência de outro tipo de
radiação (Raios X, alfa, luz ultravioleta, etc.). Alguns elétrons são elevados para
níveis de energia maior quando ativados; quando cessa a emissão os elétrons voltam para
a posição inicial, dando uma onda com comprimento de luz visível. Sua determinação,
desta forma, pode ser feita por MINERAL LIGHT. Difere da stolzita e wulffenita pelo sinal
óptico e birrefringência bem menor.
Ocorrência - Formado
por processos hidrotermais e metassomáticos, em íntima associação com metamorfismo de
contato, onde as rochas encaixantes são calcários; metamorfismo regional de pressão
média a baixa; em pegmatitos graníticos. Pode ser encontrado como mineral detrítico em
placeres.
Usos - É o mineral de W mais
importante depois da volframita e pode conter mais de 8% de MoO3 e parte do Ca
pode ser substituída por Cu. Fonte de W para filamentos de lâmpadas, melhorar o aço
para couraça de navio de guerra, metal de endurecimento do aço, ferramenta de corte,
brocas, etc.
Powellita
Clivagem
- Distinta {111}
Dureza - 3,5 - 4,0
Densidade relativa - 4,2 - 4,3
Fratura - Conchoidal
Brilho - Adamantino a resinoso
Cor - Amarelo
Associação - Associada a volframatos e molibdatos.
Propriedades Diagnósticas - Hábito,
cor, fluorescência e associação.
Ocorrência - Formado
a partir da oxidação de molibdenita.
Usos - Fonte de molibdênio.
Volframita
Foto do Mineral |
Forma
Cristalográfica |
 |
 |
Cristal de wolframita com calcita
|
Direções ópticas e cristalográficas
|
Fórmula Química - (Fe,Mn)WO4
Composição - Tungstanato de ferro
e manganês. 9,0% Mn , 9,0% Fe , 60,6 % W,
21,1 % O. A solução
sólida entre o Fe e Mn, gera respectivamente os termos extremos ferberita (FeWO4)e
hübnerita (MnWO4) sendo que os termos extremo puros são raros. Algumas
vezes contém Ca, Ta, Nb e terras raras.
Cristalografia - Monoclínico
Classe - Prismático
Propriedades Ópticas -Anisotropia fraca a distinta, cinza ou branco acinzentado
Hábito - Laminar, colunar,
maciço, tabular, granular
Clivagem - Perfeita
em {010}
Dureza - 4-4,5
Densidade relativa - 7,1 - 7,5
Brilho - Metálico
a resinoso
Cor - Preto
(ferberita) e castanho escuro (hübnerita)
Associação - Pode estar associada a outros volframatos
Propriedades Diagnósticas - Partição {100} e {102}, 2V grande, uma direção de clivagem perfeita,
cor escura, densidade relativamente alta, não risca o vidro. Opticamente difere da
esfalerita pela birrefringência e do rutilo pela extinção.
Ocorrência - Origina-se
em diques de pegmatitos e veios ou filões de quartzo, normalmente ligados a corpos
graníticos. Ocorre normalmente junto com cassiterita nas últimas fases da
cristalização, podendo também associar-se a veios com cobre, manganês, scheelita,
fluorita, hematita e rodocrosita.
Usos - Fonte de W.
Raspita
Clivagem
- Perfeita em {100}
Dureza - 2,5
Densidade relativa - 8,4
Brilho - Adamantino
Cor - Amarelo-amarronado
Associação - Pode estar associada a stolzita.
Propriedades Diagnósticas - Densidade, cor, decompõe-se com HCl, 2V
muito pequeno.
Ocorrência - Mineral
muito raro, pode ocorrer em aluviões auríferos.
Usos - É Gema.
Wulffenita
Clivagem
- Distinta em {111}
Dureza - 3
Densidade relativa - 6,8 - 6,9
Brilho - Vítreo
adamantino
Cor - Amarelo,
alaranjado, vermelho, cinzento ou branco
Associação - Pode estar associada a outros moblidatos.
Propriedades Diagnósticas - Traço branco, translúcido a
transparente, decompõe-se no HCl, cor laranja a amarela, brilho intenso, hábito tabular
e associação com outros minerais de Pb. É muito semelhante a crocoíta.
Ocorrência - É
um mineral supérgeno, aparecendo na zona de oxidação de jazidas de Pb e Zn, mineral
muito frequente nos Alpes.
Usos - Não é muito comum,
encontrando aplicação como pigmento para tintas; indicador de MoS2 e fonte de
menor importância de molibdênio, sendo que é obtida artificialmente para vários dos
usos.
Sem comentários:
Enviar um comentário