quarta-feira, 31 de julho de 2013

Telescópio da Nasa capta exoplaneta passando diante de 'estrela-mãe'

Planeta tem tamanho equivalente a Júpiter, diz agência espacial.
Sistema planetário está localizado a 63 anos-luz da Terra.


Concepção artística mostra o planeta HD 189733b passando diante de estrela; no detalhe, dados obtidos por raio-X (Foto: Divulgação/Nasa/CXC/SAO/K.Poppenhaeger)Concepção artística mostra o planeta HD 189733b passando diante de estrela; no detalhe do canto superior direito, observação de raios-X (Foto: Divulgação/Nasa/CXC/SAO/K.Poppenhaeger)
O telescópio Chandra, da agência espacial americana (Nasa), fez observações de um exoplaneta com tamanho equivalente a Júpiter passando diante de sua "estrela-mãe". É a primeira vez que este alinhamento é registrado com detecção de raios-X, afirma a agência, em nota.

Os exoplanetas são planetas localizados fora do Sistema Solar. O planeta observado, de nome HD 189733b, tem tamanho equivalente a Júpiter mas está em uma órbita próxima à sua estrela - 30 vezes mais próximo do que a Terra está do Sol.
O sistema que inclui o exoplaneta e a estrela está a 63 anos-luz da Terra. O HD 189733b completa sua órbita em torno da estrela a cada 2,2 dias.
A Nasa indica ainda que a temperatura do planeta deve ser elevada, devido à proximidade com a estrela. Além de permitir estudar melhor os exoplanetas, os dados obtidos ajudam a entender como a passagem do planeta afeta sua "estrela-mãe" e vice-versa.
"Poder estudar esta movimentação usando raios-X é importante porque revela novas informações sobre as propriedades dos exoplanetas", ressalta a cientista Katja Poppenhaeger, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

Fóssil de réptil de 150 milhões de anos é descoberto no Brasil

Paleontólogos de Ribeirão Preto (SP) encontraram material no Maranhão.
Possibilidade é de que outros animais do período sejam encontrados no local.


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP) anunciaram ter descoberto fósseis de um réptil jurássico que habitou o Brasil. O animal é um crocodiliforme - um ancestral de jacaré - de 1 metro de comprimento, encontrado em 2012 na cidade de Nova Iorque (MA). A descoberta foi publicada em uma revista científica da Alemanha. Os estudiosos agora devem intensificar as pesquisas naquela região em busca de novos grupos de fósseis que o local pode abrigar.
Segundo o professor Max Cardoso Langer, o fóssil, encontrado em uma rocha de arenito no Maranhão, tem mais de 150 milhões de anos. Denominado bratacomimus, o réptil, muito parecido com o jacaré, era um predador aquático. "A gente descobre um pouco sobre a origem dos jacarés atuais. A gente tem hoje animais que são predadores de ambientes aquáticos, e essa descoberta nova é um desses animais. Ou seja, já no período Jurássico os jacarés ocupavam esse nicho de grandes predadores aquáticos, piscívoros, se alimentando de peixes", afirma.

Para a pesquisa brasileira, a descoberta é um passo para a busca de novos fósseis desse tipo de réptil e até de outros grupos de animais que viveram no Jurássico. "Esse novo crocodiliforme é o primeiro réptil jurássico descoberto no Brasil. Até então a gente conhecia peixes, pegadas de alguns animais dessa idade, mas nunca um crânio ou um esqueleto completo.  A gente agora passa a ter registro no Brasil de répteis jurássicos, e é interessante para a gente tentar buscar e encontrar novos fósseis desse animais", diz Langer.
Novas pesquisas
Os paleontólogos da USP devem voltar ao município de Nova Iorque para continuar os estudos na região das rochas onde o réptil foi encontrado. "As perspectivas são várias, desde continuar estudando o próprio material que já foi coletado e que ainda não foi preparado até novos trabalhos de campo na área para buscar outros fósseis, tanto de crocodiliformes quanto de qualquer outro grupo que seja interessante. Dinossauros, mamíferos, aves, seja lá o que aparecer", afirma o paleontólogo Felipe Chinaglia Montefeltro.
  • Fóssil de réptil encontrado no Maranhão é do período jurássico (Foto: Maurício Glauco/ EPTV)Fóssil de réptil encontrado no Maranhão é do período jurássico (Foto: Maurício Glauco/ EPTV)
 

Engenheiros suíços inventam microprocessadores que imitam o cérebro



Uma equipe de pesquisadores suíços criou microprocessadores (chips) que imitam o funcionamento do cérebro através de circuitos eletrônicos, anunciou a Universidade de Zurique.
Os circuitos desenvolvidos pela Universidade de Zurique e pela Escola Politécnica Federal são comparáveis a um verdadeiro cérebro do ponto de vista do tamanho, da velocidade e do consumo de energia, segundo um comunicado.
Como o cérebro, os "chips neuromórficos" são capazes de tratar informações em tempo real e os circuitos eletrônicos aos quais pertencem podem ser configurados para ações específicas.
"O desafio é fabricar um sistema que se aproxime o máximo possível do cérebro humano", declarou Giacomo Indiveri, professor da Universidade de Zurique.
Em médio prazo, os novos chips poderão ser utilizados na fabricação de robôs "para permitir que evoluam de forma autônoma em determinados universos, sem serem teleguiados", concluiu Indiveri.

Acordo para monitorar desmatamento nos países amazônicos

As tecnologias de monitoramento da floresta desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) irão beneficiar os países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Parceria firmada entre as duas instituições permitirá a capacitação de técnicos da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que aprenderão no Centro Regional da Amazônia do INPE, em Belém (PA), a manejar as ferramentas que fizeram da instituição brasileira uma referência mundial no monitoramento por satélites.
Acordo assinado entre o diretor do INPE, Leonel Perondi, e o secretário geral da OTCA, Robby Ramlakhan, facilitará a disponibilização do TerraAmazon, o sistema desenvolvido pelo instituto para seus programas de monitoramento da Amazônia Legal Brasileira, como PRODES e DETER. O documento foi assinado nesta quarta-feira (17/7) na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).
Segundo a OTCA, o objetivo é estabelecer um sistema regional coordenado de monitoramento da cobertura florestal, tendo como referência as metodologias e tecnologias desenvolvidas pelo INPE. Assim, o conhecimento adquirido na instituição brasileira deve contribuir para a governança de questões relacionadas ao desmatamento e ao uso da terra nos países.
Está prevista a realização de 12 cursos de capacitação sobre monitoramento do desmatamento. A parceria entre INPE e OTCA também possibilitará instalar "Salas de Observação" nos países membros da organização, que poderão acompanhar em tempo quase real as informações sobre a extensão e a qualidade da cobertura florestal nessa região.

Vigilância por satélites

Através do INPE, o Brasil monitora por satélite 4 milhões de Km² de florestas na Amazônia todos os anos. O maior programa de acompanhamento de florestas do mundo permite ao país medir o desmatamento e divulgar com transparência todas as informações obtidas a partir dos satélites.
O monitoramento por satélites é hoje imprescindível na contenção do desmatamento para proteger a biodiversidade e frear alterações no clima, além de gerar as informações necessárias à implantação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Desde 1988, o INPE mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES).
O INPE mantém em operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia – além do PRODES, o DETER e o DEGRAD -, que atuam de forma independente, porém complementares.
O PRODES revela a taxa anual do desmatamento por corte raso, quando todo o conjunto de árvores da floresta é retirado. Desde 2004, o INPE também opera o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER). Menos detalhado do que o Prodes - por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior frequência, porém com imagens de menor resolução espacial -, o DETER inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal. É utilizado para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Em 2008, o aumento da degradação indicado pelo Deter motivou a criação do terceiro sistema, denominado DEGRAD, para identificar as áreas que ainda não podem ser classificadas como corte raso, mas já estão comprometidas pelo desmate. Em 2011, o INPE lançou o TerraClass, que revela como estão sendo usadas as áreas onde não se encontra mais floresta nativa.
Toda essa experiência está resultando na transferência de conhecimento e tecnologia para outros países desenvolverem sistemas próprios de controle sobre o desmatamento. A ajuda oferecida a outros países interessados em avançar na vigilância de suas próprias florestas faz do Brasil um líder de iniciativas internacionais para o controle do desmatamento e da degradação florestal em todo o mundo.

Shell anuncia nova fase de produção de petróleo no Brasil


A petroleira Royal Dutch Shell anunciou a ampliação das atividades em dois projetos de águas profundas na costa do Brasil que podem colaborar para elevar a produção da companhia no país a partir do final deste ano.
O desenvolvimento da Fase 2 na região do Parque das Conchas (BC-10), no campo Argonauta (Norte), segue dentro do prazo e deverá entrar em operação ao fim de 2013, com um pico de produção estimado em 35 mil barris de óleo equivalente por dia.
A Shell detém participação de 50 por cento no BC-10, onde a Petrobras tem fatia de 35 por cento e a petroleira indiana ONGC conta com 15 por cento.
A companhia anunciou ainda a aprovação da chamada Fase 3 de desenvolvimento do Parque das Conchas, que incluirá a instalação de infraestrutura submarina nos campos de Massa e Argonauta (Sul).
Quando chegar à fase de produção, a Fase 3 do Parque das Conchas (BC-10) poderá atingir um pico estimado em 28 mil barris de óleo equivalente por dia.
"As atividades na costa do Brasil são uma parte fundamental dos planos de expansão da nossa carteira de águas profundas --um componente chave de nossa estratégia global", disse John Hollowell, vice-presidente executivo de Águas Profundas da Shell para as Américas, em nota.
A empresa não informou quando ocorrerá o pico de produção no Parques das Conchas.
A Shell informou também que decidiu realizar a perfuração de novos poços nos campos de Bijupirá & Salema.
"Atualmente em andamento, o redesenvolvimento de Bijupirá & Salema envolve a perfuração de quatro novos poços de produção. Estima-se que os campos atinjam um pico de produção de 35 mil boe por dia em 2014", afirmou em nota.
Em Bijupirá & Salema, a Shell tem participação de 80 por cento, sendo parceira da Petrobras, com 20 por cento.
Em 2012, a Shell produziu aproximadamente 24 milhões de barris de petróleo equivalente (boe) no Brasil, uma média de 65 mil barris ao dia.
O Parque das Conchas (BC-10) foi o responsável pela produção de aproximadamente 46 mil barris por dia. Já em Bijupirá & Salema foram produzidos cerca de 19 mil barris por dia, segundo a assessoria de imprensa da Shell.
Em relatório de maio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Shell aparece como a terceira produtora de petróleo e gás do Brasil, com uma produção de 42,1 mil barris por dia de óleo equivalente, atrás de Petrobras e da Statoil.

Aplicativo para profissionais de Ciências da Terra


A Alta Resolução desenvolveu um aplicativo para iPhone, iPad e iPod touch que pode ajudar os profissionais da área de Geofísica, Geologia e Geotecnia, bem como das diversas áreas de Engenharia.
O aplicativo geoTools© é gratuito e pode ser baixado na loja oficial da Apple Store, apresentando as seguintes funcionalidades:
  •  estimativa dos parâmetros associados ao campo de gravidade para um determinado local;
  • estimativa dos parâmetros associados ao campo geomagnético para um determinado local;
  • conversão de coordenadas entre as projeções UTM (Universal Transversa de Mercator) e geográficas.
Os parâmetros do campo de gravidade e do campo magnético são calculados a partir dos melhores modelos globais disponíveis, detalhados abaixo.
Os valores dos parâmetros do campo de gravidade e do campo magnético calculados com o aplicativo apresentaram grande correlação com os parâmetros medidos em todos os extensivos testes realizados por nossa equipe, mas não devem ser utilizados para cálculos precisos, devendo ser encarados apenas como estimativas das grandezas.
A empresa não se responsabiliza pelo uso das informações fornecidas pelo progama .
A conversão de coordenadas utiliza as fórmulas clássicas de conversão e as grandezas obtidas podem ser consideradas exatas dependendo da precisão das coordenadas de entrada e do sistema de referência escolhido.

altaresolucao-geotoolsParâmetros do campo de gravidade

Os parâmetros associados ao campo de gravidade são calculados a partir dos dados do modelo geopotencial EIGEN-GL04C completo até grau e ordem 360 (Forste et al., 2006 - Geophysical Research Abstracts, Vol. 8, 03462).

Parâmetros do campo geomagnético

Os parâmetros do campo geomagnético são calculados a partir do World Magnetic Model disponibilizado pelo NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration). Informações sobre o modelo podem ser obtidas no site do WWM2010.

Conversão de coordenadas

A conversão de coordenadas entre os sistemas geográfico <-> UTM utiliza as fórmulas clássicas da transformação Transversa de Mercator (tipo Gauss-Krüger) com zonas de 6° de largura, que são as usadas nas cartas topográficas brasileiras. Uma boa descrição do sistema UTM foi disponibilizado pelo Departamento de Engenharia Cartográfica da UERJ.
Pode-se converter coordenadas entre os sistemas geográfico <-> UTM para os datums Hayford/1924/Córrego Alegre, SAD-69/Chuá, e WGS-84.
Mais infomações, sugestões ou dúvidas, enviar email para geotools@altaresolucao.com.br.

Os riscos sísmicos associados à energia geotérmica


Os planos ambiciosos da Suíça no domínio da produção de energia sofreram um revez após o terremoto que abalou recentemente o noroeste do país.
Os furos realizados na central geotérmica de São Galo foram a causa provável do sismo que atingiu os 3.6 graus na escala de Ritcher.
O centro sismológico suíço detectou 400 movimentos sísmicos após os testes de perfuração, que foram entretanto interrompidos enquanto se investiga o sucedido.
Segundo o director do centro, Stefan Wiemer, a energia geotérmica comporta riscos sísmicos.
"A maioria dos movimentos sísmicos são de pequena magnitude. O mais complicado é conseguir avaliar a probabilidade de ocorrência de um grande terremoto. Infelizmente esse cenário não pode ser descartado", afirma Stefan Wiemer.
As fissuras num edifício da localidade de Staufen, na Alemanha, revelam a atividade sísmica associada aos furos geotérmicos.
É uma das grandes desvantagens de uma fonte de energia renovável e não poluente que se encontra debaixo dos nossos pés.
A energia geotérmica aproveita o calor das camadas profundas da terra para gerar eletricidade.
A Suíça depositou grandes esperanças na central geotérmica de São Galo que devia ser a primeira do género no país.
Erwin Knapek, um dos promotores da central geotérmica de Unterhaching, perto de Munique, considera que todos os sistemas de produção de energia comportam riscos.
"Temos de aceitar o risco de tremores de terras. Na maioria dos casos, não vamos sequer senti-los. E os maiores, com magnitudes de 3.4 ou 3.6 graus na escala de Richter não destruíram nada. É um risco que temos de aceitar para cada furo", entende o promotor do projeto antigo presidente da câmara da localidade.
Os especialistas consideram que a Suíça tem um grande potencial em matéria de energia geotérmica.
Em 2011, o parlamento helvético votou uma lei para abandonar a energia nuclear e explorar fontes alternativas, nomeadamente a energia geotérmica.
No entanto, o recente terremoto suscita novos receios quanto à segurança, custo e viablidade do projeto.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Cretácico


O Cretácico é um período que pertence ao eon Fanerozoico e a era Mesozoica, divide-se em duas épocas/series: Inferior e superior. Por sua vez, cada época se divide em idades ou andares, como podemos ver na imagem seguinte. Este é o período que sucede o jurássico e precede o paleogénico, este último já numa diferente era, o Cenozóico.
 Foi neste período, que se iniciou à 145,5 Ma e terminou à 65,5 Ma atrás, que ocorreu o maior episódio de extinção em massa alguma vez na história da terra, a extinção dos dinossauros. Este sistema ficou marcado também pelo aparecimento das primeiras plantas com flores e os primeiros mamíferos placentários.
O Cretácico Inferior está, aproximadamente, compreendido entre os 145,5 Ma e 99,6 Ma atrás. Esta época divide-se nos andares Berriassiano, Valanginiano, Hauteriviano, Barremiano, Aptiano, Albiano do mais antigo para o mais recente.
O Cretácico Superior está, aproximadamente, compreendido entre 99,6 Ma e 65,5 Ma atrás. A serie Cretácica Superior divide-se nos andares Cenomaniano, Turoniano, Coniaciano, Santoniano, Campaniano, Maastrichtiano, do mais antigo para o mais recente.
Durante o período jurássico a Pangea (continente único) iniciou a sua fragmentação, sendo que no período Cretácico encontrava-se separada em dois continentes, o Gondwana que compreendia as actuais regiões da América do Sul, África, Austrália e Índia e a Laurásia onde por sua vez se encontrava a actual América do Norte, Europa, Ásia e Artico.
Evolução climática
Durante o Cretácico inferior o clima era frio, presenciava-se a ocorrência de neve e gelo durante a estação fria e as regiões polares eram cobertas por florestas frias a moderadas. No Cretácico superior as temperaturas subiram, a temperatura média a superfície Terrestre era 4°C acima da actual. Não existia gelo nos pólos, os dinossauros migravam entre as regiões quentes e as regiões moderadas/frescas conforme a estação do ano mudava, estas condições mantiveram-se constantes até praticamente o fim do período. Esta tendência para o clima se manter quente deveu-se essencialmente a intensa actividade vulcânica e a consequente produção de enormes massas de dióxido de carbono. Esta subida das temperaturas promoveu uma bastante significativa subida do nível dos oceanos. Estima-se que a temperatura media da superfície do mar rondava os 37°C e que as temperaturas das aguas profundas eram entre 15 a 20° C mais altas do que nos dias de hoje.
Evolução biológica/organismos
Como já foi referido foi neste período que surgiram as primeiras plantas com flor, as angiospermas. As angiospermas são o grupo de plantas mais diverso, distinguem-se por serem plantas com flor e por terem muitas vezes frutos, onde estão as suas sementes. A sua evolução e proliferação foram em parte sustentadas pelo aparecimento das primeiras abelhas. As angiospermas e os insectos são um bom exemplo de co-evolução, estes últimos sofreram uma diversificação durante este período, borboletas, gafanhotos e as primeiras térmitas apareceram nesta altura.
Os mamíferos eram ainda uma pequena parte da fauna no inicio do Cretácico, no entanto no decorrer do Cretácico Inferior os primeiros marsupiais foram evoluindo e no Cretácico Superior surgiram os primeiros mamíferos placentários. A fauna era dominada por répteis, na sua maioria dinossauros que tinham então atingido a sua maior diversidade.
No mar tornaram-se bastante comuns tubarões, raias e um dos maiores grupos de peixes, os teleósteos. Os ouriços e as estrelas-do-mar proliferaram também durante o Cretácico. Relativamente a organismos, um acontecimento importante foi a também proliferação das Diatomáceas, um tipo de fitoplâncton, organismos microscópicos que realizam a fotossíntese. Tornaram-se comuns crustáceos como as lagostas e ainda os corais modernos.
Extinção
Durante o Maastrichtiano, o ultimo andar do Cretácico Superior, deu-se o acontecimento que provocou a extinção dos dinossauros e outras especies, este está envolto em alguma controvérsia, a hipótese mais aceite é a queda de um meteorito que terá provocado uma enorme crise ecológica e consequente diminuição substancial da biodiversidade. A maioria das espécies que realizava fotossíntese diminuiu a sua população ou tornou-se mesmo extinta devido as partículas na atmosfera que bloqueavam a energia e luz solar. A maioria dos dinossauros era herbívoro, a inexistência de plantas provocou a sua extinção e consequente falta de alimento para os dinossauros carnívoros.
Geologia
Relativamente à geologia, o elevado nível eustático do mar e o clima quente levou a que uma grande parte do território continental fosse coberto por mares rasos e quentes, o que por sua vez levou à formação de grandes depósitos de calcário marinho. Os grandes depósitos de giz na Europa caracterizam também a geologia desta altura, aliás é de notar que o nome Cretácico provem do latim de giz. Foram formados também alguns xistos, especificamente no mar do Norte.
Referências bibliográficas:

Quadro das divisões estratigráficas



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Magnetostratigrafia


A estratigrafia tem como objectivo fundamental estabelecer a evolução temporal e espacial, bem como a origem das unidades litológica através da observação das mesmas e das suas propriedades. Concluímos então que a estratigrafia estuda as relações no espaço e no tempo dos conjuntos líticos e dos acontecimentos que nele registados, de modo a que, dessa forma se possa chegar a uma constituição da Historia da Terra.
Ora para analisar as unidades rochosas e estabelecer correlações estratigráficas são utilizados métodos estratigráficos, estes podem ser físicos, químicos ou ainda paleontológicos.
Este breve trabalho aborda um dos métodos físicos, concretamente, a Magnetostratigrafia.
A Magnetostratigrafia é o método físico que faz o estudo das características magnéticas das rochas de diferentes idades (paleomagnetismo), permitindo concluir acerca da polaridade do campo magnético terrestre aquando da sua formação, sabendo que ciclicamente há inversões de polaridade no campo magnético do nosso planeta.
O magnetismo que fica registado nos minerais magnéticos aquando da sua cristalização ou re-cristalização é chamado “magnetismo remanescente”, no entanto as rochas apresentam uma segunda magnetização, esta mais recente que a original, que é imposta pelo campo magnético actual.
Com a descoberta deste magnetismo “impresso” nas rochas surgiram as primeiras evidencia da variação do campo magnético terrestre ao longo do tempo geológico, note-se que estas variações podem ser de alguns graus ou inversões de polaridade, sendo que a polaridade Normal corresponde à actual posição dos pólos magnéticos, fazendo coincidir o pólo norte magnético com o pólo norte geográfico e o mesmo acontecendo com o sul magnético e o pólo sul geográfico, a polaridade inversa corresponde a situação oposta, neste caso os fluxos magnéticos invertem-se dirigindo-se do pólo norte magnético até ao pólo sul magnético.
Para medir correctamente a magnetização remanescente de uma rocha é necessário desmagnetiza-la parcialmente, de modo a que, a segunda magnetização (a mais recente) seja removida para evitar erros. A medição da magnetização das rochas é possível, no entanto, é um processo trabalhoso e delicado, este processo, de uma forma simples, compreende três fases:
1ª Fase: Desmagnetização – Pretende-se nesta fase desmagnetizar a rocha das magnetizações posteriores à original, de modo a que os minerais fiquem apenas com a orientação do campo magnético inicial, a quando da sua cristalização.
2ª Fase: Consiste na medição da orientação dos minerais magnéticos.
3ª Fase: Por último, os dados obtidos de cada amostra, cada uma da respectiva localidade, são submetidos a um tratamento estatístico, indispensável para tornar os resultados mais fiáveis.
Como método estratigráfico, a magnetostratigrafia tem a particularidade de ser utilizada como um excelente critério de correlação, notemos que as inversões de polaridade quando ocorrem, ocorrem em simultâneo em toda a Terra, o que quer dizer que as rochas formadas nessa altura têm a mesma polaridade independentemente da sua distribuição geográfica ou ambiente em que se encontram. A partir desta excelente característica vemos que é fácil correlacionar materiais marinhos com continentais, o que não ocorre com outros métodos, que apenas permitem efectuar estas correlações separadamente. No entanto, este método por si só não nos dá informação suficiente, geralmente a magnetostratigrafia (unidade de polaridade) é associada à biostratigrafia (biozonas) ou à litostratigrafia (unidades litostratigráficas) para assegurar intervalos concretos nas secções estratigráficas.
Na tese de doutoramento do Prof. Doutor Paulo Legoinha, “Biostratigrafia de Foraminíferos do Miocénico de Portugal” podemos encontrar alguns exemplos concretos da utilização da magnetostratigrafia como método de correlação, as investigações do paleomagnetismo são comuns para efectuar uma descrição e enquadramento geológico de várias zonas, como no corte da Foz da Fonte (Península de Setúbal) em que foram identificadas duas zonas de polaridade normal e posteriormente atendendo a dados biostratigráficos e a datações isotópicas estabeleceu-se uma correlação com zonas cronostratigráficas definidas, C6 e C5E (Berggren, 1985); na descrição do Penedo Sul a magnetostratigrafia também foi utilizada, no entanto neste caso os resultados não foram tão positivos, de 31 amostras apenas foi possível determinar a polaridade magnética de 3 delas. No Pica Galo (Trafaria), foi identificada uma zona de polaridade magnética positiva que foi posteriormente correlacionada com uma zona de anomalia, C5Dn (SpieB, 1990), da escala de polaridade magnética global.
De modo a compreender este método e as suas aplicações de uma forma mais prática, apresenta-se uma breve e sucinta análise de uma tese de doutoramento com o tema “Magnetostratigrafia e análise espectral de ritmitos permocarboníferos da Bacia do Paraná: influências dos ciclos orbitais no regime deposicional”, publicada na Revista Brasileira de Geofísica. O objectivo desta tese é investigar a escala temporal envolvida na deposição de ritmitos (rochas sedimentares) permocarboniferos da bacia do Paraná – Brasil, através de dados paleomagnéticos e anisotropia de susceptibilidade magnética (característica que consiste na variação magnética provocada pelas variações de direcção). Para efectuar os estudos necessários foram utilizadas várias técnicas, para a investigação mineralógica magnética as técnicas usadas foram curvas termomagnéticas, espectroscopia Mössbauer (uso do efeito de Mössbauer na identificação de espécies químicas usando radiação gama), curvas de histerese (a histerese é a tendência que um material ou sistema tem, de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou) e ZFC/FC, para além das habituais microscopia óptica e electrónica.
Os dados paleomagnéticos e de anisotropia de susceptibilidade magnética permitiram a composição de séries temporais, que posteriormente foram submetidas à análise espectral. Os espectros de potência resultantes foram posteriormente comparados com os espectros de séries de espessura individual das unidades litológicas, o que possibilitou a investigação de sinais harmónicos, sobre a qual foram propostas deduções a respeito das escalas temporais de sedimentação. Esta etapa do trabalho iniciou algumas conclusões, revelou escalas de milhares de anos para o domínio do tempo nos espectros de potência, indicando o registo dos ciclos orbitais ou variação de Milankovitch (variação que ocorre periodicamente, fazendo com que a radiação solar chegue de forma diferente em cada hemisfério terrestre de tempos em tempos), bem como uma quase periodicidade associada à variabilidade solar para todas as análises. Os estudos paleomagnéticos revelaram componentes de magnetização estáveis, com indicações de que a magnetização remanescente se deve a minerais magnéticos como a magnetite e a hematite de origem detrítica. A componente de magnetização característica, em ambos os casos particularmente estudados, é de polaridade inversa, e foi identificada nos dois portadores magnéticos principais. Finalmente, este conjunto de dados sugere o carácter não anual da deposição dos ritmitos, ao contrário do proposto por alguns autores. O pólo paleomagnético calculado para as duas secções estudadas é compatível, indicando que o intervalo de tempo envolvido na deposição dos sedimentos é suficientemente longo para eliminar os efeitos da variação secular do campo magnético terrestre. Nesta tese foram ainda obtidas algumas conclusões adicionais, não consideradas para este trabalho.
Referencias Bibliograficas:
·         Torres, J. A. V. 1994, Estratigrafia, Princípios y métodos, Editorial Rueda, S.L.,Madrid
·         Legoinha, Paulo 2001, “Biostratigrafia de Foraminíferos do Miocénico de Portugal” - http://run.unl.pt/handle/10362/1865 (Ficheiro PDF)
·         Franco, Daniel Ribeiro, “Magnetostratigrafia e análise espectral de ritmitos permocarboníferos da Bacia do Paraná: influências dos ciclos orbitais no regime deposicional” - http://www.scielo.br/pdf/rbg/v26n2/a12v26n2.pdf
·         http://www-odp.tamu.edu/publications/120_SR/VOLUME/CHAPTERS/sr120_40.pdf

Métodos estratigráficos


Para analisar as unidades rochosas e estabelecer correlações estratigráficas são utilizados métodos estratigráficos, estes podem ser físicos, químicos ou ainda paleontológicos.
Segue-se uma lista de alguns métodos físicos e químico, e a descrição de alguns deles.
Métodos físicos:
Depósitos de varvas Varvas são depósitos sedimentares finos, ritmicos. São constituídas por uma alternância ritmica de níveis sedimentares mais escuros e mais claros. A cor está relacionada com o teor em matéria orgânica, tornando-se mais escura quanto maior for o teor em matéria orgânica. Esta alternância reflecte a sazonalidade Verão (níveis mais claros) / Inverno (níveis mais escuros).
Dendrocronologia – A dendrocronologia utiliza os anéis das árvores como marcadores de tempo.
Radiocronologia ou cronologia isotópica - Datação absoluta, é feito pelo de estudo de elementos isótopos, no processo de decaimento radioactivo.
Magnetostratigrafia – A Magnetostratigrafia é o método físico que faz o estudo das características magnéticas das rochas de diferentes idades (paleomagnetismo), permitindo concluir acerca da polaridade do campo magnético terrestre aquando da sua formação, sabendo que ciclicamente há inversões de polaridade no campo magnético do nosso planeta.
Diagrafias (Resistividade, Potencial Espontâneo, "Gamma Ray", etc.)
Estratigrafia Sísmica - A estratigrafia sísmica consiste na emissão, recepção e registo de ondas que atravessam o material. Este corresponde de maneira diferente conforme a sua estrutura e constituição. Assim, é possível identificar estruturas constituintes do subsolo.
Termoluminiscência – A termoluminescência é a emissão de luz em resultado do aquecimento dos minerais em baixa temperatura, entre 50º e 475°C, sendo inferior à temperatura de incandescência. Através da comparação da intensidade de radiação nuclear (raio excitante) com a da termoluminescência recuperada, pode-se determinar a idade do último evento térmico (aquecimento) do mineral. Este método é útil para a vulcanologia.

O princípio da Continuidade e a Lei da Correlação de Walther


O princípio da continuidade lateral é um dos princípios fundamentais da estratigrafia.
Este princípio define que uma camada tem sempre a mesma idade ao longo da sua
extensão, e em todos os seus pontos, isto implica que os limites superior (tecto) e inferior
(muro) representem superfícies isócronas, ou seja com a mesma idade.


Este princípio completa o princípio da sobreposição, na medida que possibilita a extensão
lateral das observações na mesma bacia sedimentar.

No entanto, é de se notar que em regiões de climas húmidos ou zonas muito urbanizadas
este princípio apresenta dificuldade de aplicação.


A necessidade de estabelecer a forma como os fácies se associam e sucedem não é
“satisfeita” apenas à luz dos princípios fundamentais da estratigrafia, assim o geólogo
alemão Johannes Walther estabeleceu em 1984 a “Lei da correlação de fácies de
Walther” - Walther's law of correlation (or succession) of facies.



A lei de Walther estabelece que numa sucessão vertical, uma passagem gradual
entre duas fácies sugere que elas estão associadas, tendo sido geradas em ambientes deposicionais lateralmente contínuos, ao passo que um contacto abrupto ou erosivo pode indicar intervalos de não-deposição ou
mudanças significativas no ambiente deposicional.

De uma maneira simplista esta lei explica que em ambientes deposicionais, diferentes
tipos de sedimentos se acumulam uns ao lado dos outros gerando camadas lateralmente
continuas, no entanto como os ambientes migram ao longo do tempo, as fácies
sobrepõem-se umas às outras, portanto numa sequencia vertical que não apresente
grandes descontinuidades, todas as rochas e ambientes representados devem ter existido
ao mesmo tempo, tendo assim a mesma idade.


Podemos então estabelecer uma relação entre esta lei e o principio da continuidade
lateral, o principio defende que uma camada tem a mesma idade em todos os seus
pontos, e porque? Porque a deposição de sedimentos se faz de uma forma lateralmente
continua, ora duas ou mais fácies lateralmente continuas, com passagens graduais entre
si e nas quais não se evidenciem descontinuidades, estão certamente associadas a
ambientes deposicionais contemporâneos, então facilmente se percebe que estas serão
da mesma idade.

Lâminas e camadas


Como já definido a estratigrafia é a ciência do ramo da geologia que estuda e descreve os estratos.
Os estratos formam-se através da deposição de material ao longo do tempo, assim sendo estas deposições variam mediante diversas condições.
Um estrato (superfície deposicional) é uma camada paralela, com uma composição e granulometria própria, delimitada por duas superfícies ou planos de estratificação que o separam dos estratos superiores e inferiores.

Fig. 1 - Estratificação (Cabo Carvoeiro-Peniche)

Os estratos podem variar de espessura, desde espessuras inferiores a um centímetro até espessuras de vários metros.
Assim os estratos dividem-se mediante a sua espessura em lâminas e camadas:
Lâminas: estratos com espessuras  <  1cm
                Lâminas finas  10 mm – 0,5 cm
                Lâminas espessas 0,5cm – 1 cm
Camadas: estratos com espessuras  > 1cm
                Finas 1cm – 10cm
                Médias 10cm – 30 cm
                Espessas 30 cm – 1m
                Muito espessas  > 1m

Caso não ocorra deposição de material durante algum tempo e posteriormente ocorrer erosão surgem descontinuidades que podem ser de vários tipos, se não ocorrer erosão originam-se os limites das camadas.
Tipos de descontinuidades:
Descontinuidades sedimentares
Descontinuidades estratigráficas
Descontinuidades diastróficas
Os contactos entre unidades litológicas podem ser:
- Contacto estratigráfico normal:
                Concordante
                Paraconformidade
- Contacto intrusivo
- Contacto discordante
                Não conformidade
                Disconformidade
                Discordancia progressiva
                Discordancia angular
- Contacto mecânico
                Falha
                Deslizamento

- http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=132869 DESCONTINUIDADES SEDIMENTARES E TIPOS DE CONTACTOS ENTRE UNIDADES LITOLÓGICAS – Prof. João Pais, FCT-UNL

- http://e-geo.ineti.pt/bds/lexico_geologico/termo.aspx?termo=Camada

- http://geostoriaestpal.blogspot.com/2008/10/j-foi-vista-definio-de-estratigrafia-os.html

Estratigrafia: Introdução e conceitos gerais


Estratigrafia (do latim stratum e do grego graphia).

A estratigrafia é a ciência do ramo da geologia que estuda e descreve os estratos.

Classicamente define-se como a descrição de todos os corpos rochosos que formam a crosta terrestre e estabelece relações entre a sua distribuição no espaço com a sua sucessão no tempo para interpretar a sua história geológica.

A estratigrafia não está relacionada apenas com a posição ou sucessão original das camadas rochosas, assim como não se limita às relações de idade das mesmas. Esta ciência trata também das relações de forma, arranjo interno, distribuição geográfica, composição litológica, conteúdo fossilífero, propriedades geoquímicas e geofísicas, entre outras características e propriedades das camadas de rochas, e ainda com a sua interpretação genética, ambiental e a sua história geológica.

O objectivo fundamental da estratigrafia é através da observação das unidades litológicas e das suas propriedades chegar ao seu modo de origem estabelecendo a sua evolução temporal e espacial. Fundamentalmente a estratigrafia estuda as relações no espaço e no tempo dos conjuntos líticos e dos acontecimentos neles registados, de modo a chegar à reconstituição da história na Terra.

Ao falarmos em estratigrafia devemos ter sempre presente a definição de estrato, assim, define-se como estrato ou camada os conjuntos diferenciados de corpos líticos com características que os distinguem de outros que os precedem ou sucedem.

Fig. 1 - Sequência de estratos

A separação de camadas vizinhas pode ser feita por planos bem marcados ou mudanças graduais de qualquer uma das suas propriedades. As camadas podem ter espessuras variáveis, desde estratos inferiores a um centímetro até camadas com vários metros de espessura.

Não ocorrendo falhas ou dobras na rocha, a camada mais antiga é a camada mais abaixo, sendo que a mais recente se encontra mais acima. Assim introduzimos um dos seis princípios fundamentais da estratigrafia, o princípio da sobreposição de estratos – Em condições normais, toda a camada sobreposta a outra é mais moderna que ela, este axioma recorre a critérios de polaridade como marcas de raízes, icnofósseis, granotriagem, figuras sedimentares, analise microtectónica, entre outras.

Fig.2 - Principio da sobreposição de estratos 

A estratigrafia recorre ainda ao princípio do uniformitarismo ou actualismo geológico – “o presente é a chave do passado”, ou seja, os fenómenos geológicos que existem actualmente podem explicar o que aconteceu no passado.

Fig. 3 - Principio do Actualismo Geologico

ao princípio da continuidade lateral – uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os limites inferior e superior de uma camada apresentem superfícies isócronas, ou seja com a mesma idade. Em regiões de climas húmidos ou muito urbanizadas este principio tem dificuldades de aplicação; ao princípio da identidade paleontológica – os estratos com o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade. Os fosseis estratigráficos ou característicos caracterizam-se por: Rápida evolução, ou seja curta longevidade; vasta repartição geográfica; ocorrência frequente; identificação simples. Ainda o princípio da intersecção – toda a unidade geológica que intersecta outra é-lhe posterior, este axioma aplica-se a falhas, filões, superfícies de erosão e batólitos ígneos, e ao princípio de inclusão – se um clasto de uma rocha A está incluído numa rocha B, então a rocha B é mais recente que a rocha A, este princípio aplica-se a conglomerados e brechas.

As divisões da estratigrafia:

Litostratigrafia – baseia-se na litologia sem tomar necessariamente em conta o tempo de deposição ou formação. Define características como composição mineralógica, granulometria e mesmo a cor.
Biostratigrafia - Estuda as sucessões fossilíferas existentes nas rochas e a sua correlação espacial.
Cronostratigrafia - Estuda a idade relativa das camadas de rochas.
Aloestratigrafia - Estudo dos estratos que podem ser definidos e identificados das descontinuidades que limitam os mesmos e que, podem ser mapeados.
Estratigrafia de sequência - Ramo que subdivide e correlaciona os depósitos sedimentares entre discordâncias numa variedade de escalas, e explica estas unidades estratigráficas em termos de controlo de variação relativa do nível do mar.
Magnetoestratigrafia -Este ramo visa determinar a polaridade do campo magnético da Terra no momento da deposição do estrato.

É importante referir que com as descobertas nas diferentes áreas se criou uma escala do tempo geológico que serve de referencia não só à geologia mas também à paleontologia – ciência que estuda a vida na Terra no passado, bem como a integração de informação biológica no registo geológico, ou seja a formação de fosseis, estes últimos são o objecto de estudo da paleontologia.

A estratigrafia evoluiu bastante desde a sua concepção, actualmente o estudo e definições da estratigrafia numa escala global são elaboradas pela Comissão Internacional de Estratigrafia, The international comission on stratigraphy, que é o maior corpo científico dentro da União Internacional das Ciencias Geologicas.

Bibliografia:




Estratigrafia (Definição)



Parte da Geologia que estuda os estratos, isto é, as camadas de rochas sedimentares formadas na superfície terrestre.Em conjunto com a Paleontologia, constitui a base da Geologia Histórica. Através das características e conteúdos dos estratos podem-se reconstituir as condições em que aqueles se formaram e situá-los no tempo, conseguindo-se assim reconstruir a história da Terra ao longo de grandes períodos geológicos.Um estrato é uma camada rochosa delimitada por duas superfícies, também conhecidas por planos de estratificação ou juntas de estratificação, que o separam dos estratos superiores e inferiores. Denomina-se potência ou espessura do estrato a distância entre os dois planos de estratificação, que pode variar entre menos de um milímetro e centenas de metros. Atendendo a este aspeto, podem distinguir-se desde microstratos, muito pouco espessos, até bancos de grande espessura. A potência depende da continuidade ou interrupção do processo de sedimentação. Em geral, um estrato não se encontra isolado mas integrado numa sucessão ou série (estratificação) em que os diferentes estratos se encontram separados por planos de estratificação.
A potência dos estratos numa série varia verticalmente. Pode ser regular crescente (ou positiva) e decrescente (ou negativa) de cima para baixo, ou irregular e brusca. Lateral e horizontalmente, a potência é também passível de apresentar variação, podendo encontrar-se digitações, reduções e condensações.

Fonte: infopédia

Conceitos e ferramentas modernas no estudo de rochas sedimentares (Introdução a Estratigrafia)


A revolução geológica que começou na década de 1960 com o desenvolvimento da tectônica de placas foi de grande impacto na evolução da sedimentologia e estratigrafia como disciplinas e nos métodos de estudos de rochas sedimentares. Estas mudanças têm sido tão profundas que podem ser consideradas como uma nova ciência. Miall (1990) categorizou essas mudanças em sete preceitos fundamentais:
-          Refinamentos na cronoestratigrafia, o estudo da idade absoluta das rochas, e a integração de dados radiométricos, magnetoestratigráficos e bioestratigráficos.
-          Evolução da sedimentologia através do estudo de fácies e modelos de fácies dentro de uma ciência que é capaz de explanar sobre a origem das rochas.
-          Desenvolvimento dos conceitos de sistemas deposicionais, um conjunto completo de ambientes e seus produtos sedimentares, formulados com base na lei de fácies de Walther e nos conceitos de sequências estratigráficas
-          Evolução de técnicas modernas de estratigrafia sísmica
-          Revitalização de interesses em todas as formas de ciclos estratigráficos e ciclicidade
-          Surgimento de poderosas técnicas para simulação numérica e modelamento computacional de evolução de bacias sedimentares
-          Surgimento de uma classificação de modelos de bacias, caracterizadas pelos padrões estruturais e geometrias estratigráficas e estilos paleogeográficos.
   Estas mudanças com ênfase na sedimentologia e estratigrafia têm resultado no desenvolvimento de muitos avanços de ferramentas e técnicas para o estudo de rochas sedimentares. Os geocientistas dos dias de hoje têm acesso a uma variedade de técnicas sedimentológicas e estratigráficas que incluem os métodos clássicos estabelecidos ao longo do tempo, e sofisticadas técnicas modernas. Métodos de estudos de campo incluem técnicas de levantamentos de seções estratigráficas e mapeamentos de campo, tão importantes como as mais sofisticadas técnicas de levantamentos magnéticos e sísmicos. Amostras de rochas e de fósseis podem ser coletadas em afloramentos de superfície, ou em testemunhos de sondagens retirados de formações de subsuperfícies. Características das formações de sub-superfice, tais como espessura de camadas, porosidade e litologia, podem ser avaliadas por técnicas avançadas de perfilagens. Em laboratório, sedimentólogos e estratigráfos têm acesso a uma variedade de ferramentas para análise química e isotópica de minerais e rochas, para o exame de minerais, fósseis, e textura de rochas, para determinar a idade das rochas.

• Aplicação dos estudos de sedimentologia e estratigrafia.
Estudos sedimentológicos e estratigráficos estão dirigidos para a compreensão da origem e da evolução da terra através do tempo. Como era a terra a 100, 500 ou 2000 Ma? Onde estavam os continentes em relação aos oceânos? Onde estavam as montanhas e as linhas de costa em várias ocasiões no passado? Podem sedimentólogos e estratígrafos obter respostas para tais questões? Todos os materiais da terra são importantes para a sua compreensão. As rochas sedimentares e os fósseis registram particularidades importantes a cerca de paleogeografia, paleoclimatologia, ambientes deposicionais, formas de vida e composição dos oceânos. Os fósseis em rocha sedimentares contribuem na determinação da idade relativa das rochas.

Paleogeografia e análise ambiental.
Paleogeografia é o estudo e a descrição da geografia física do passado geológico. Ela inclui a reconstrução histórica de padrões da superfície da terra, ou de uma dada área em um tempo particular do passado geológico, além de estabelecer as sucessivas mudanças no padrão geográfico através do tempo. É a ciência que nos apresenta como a superfície da terra tem mudado com o tempo. Paleogeografia envolve, entre outras coisas, a interpretação de mudanças relativas de continentes e oceânos. Na escala global, um grande passo tem sido dado para as interpretações das mudanças de posições relativas, de massas continentais antigas pelo princípio de espalhamento oceânico, mecanismo da tectônica de placas. Em uma pequena escala regional, geólogos podem estudar as características das rochas sedimentares antigas, e das relações estratigráficas dessas rochas, podendo assim, reconstruir condições de abientes sedimentares antigos e ecológicos. Estes estudos levam o profissional a fixar a posição aproximada de linhas de costas em vários tempos do passado geológico e mapear avanços e recuos do oceano através do tempo geológico. Interpretações de ambientes deposicionais antigos envolvem o estudo das texturas, estruturas, fósseis e outras propriedades das rochas sedimentares com bases para se deduzir processos e condições ambientais antigas. Paleoecologia, a ciência de relações entre organismos antigos e seus ambientes, é uma parte da análise ambiental.
A paleogeografia também envolve interpretações de posições relativas de bacias oceânicas maiores e soerguimento das áreas fontes dos sedimentos. Elevações continentais desaparecidas no tempo geológico podem ser deduzidas a partir dos sedimentos originados dessas montanhas que se depositaram em bacias sedimentares adjacentes. Como exemplo, podem ser citadas as cadeias de montanhas originadas pela orogênese Brasiliana no Brasil-central, que forneceram sedimentos para a bacia de sedimentação neoproterozóica do Grupo Bambuí. Estas cadeias montanhosas estão muito longe dos nossos dias, mas a postulação de sua existência é feita com base nos minerais, fragmentos de rocha, e estruturas sedimentares preservadas nos sedimentos depositados nas bacias adjacentes. A composição das rochas sedimentares é usada como elemento para que os geólogos reconstituam a composição aproximada da antiga cadeia de montanha. Padrões regionais da distribuição do tamanho dos grãos e das paleocorrentes indicam a fonte dos sedimentos e consequentemente a localização da cadeia de montanha que forneceu os sedimentos..

Paleoclimatologia.
Paleoclimatologia é o estudo de climas antigos. A análise paleoclimática é baseada na identificação de indicadores paleoclimáticos nas rochas sedimentares. Esses indicadores incluem as rochas pobremente selecionadas como os tilitos glaciais, os fósseis que determinam condições climáticas de vida, a exemplo dos corais que indicam um clima quente. Litologias que significam deposição sob determinadas condições climáticas são exemplificadas por arenitos de origem eólica e depósitos de evaporitos que indicam a existência de um clima árido com forte evaporação. Camadas de carvão sugerem condições climáticas com a existência de áreas alagadas ou pantanosas. Estes exemplos têm a intenção de mostrar como a análise climática depende da análise das rochas sedimentares e de seus minerais, texturas e fósseis.
A evolução da atmosfera terrestre está baseada na composição de certos tipos de rochas sedimentares. Por exemplo, diferenças no grau de oxidação dos minerais de ferro entre rochas antigas precambrianas e as mais jovens podem indicar altrações na quantidade de oxigênio atmosférico da época. Isótopos de oxigênio (18O/16O) em carbonatos marinhos dão informações sobre a temperatura dos oceânos que levam os cientistas a identificar episódios glaciais e interglaciais.

• Aplicação na industria.
Muitos dos princípios da sedimentologia e da estratigrafia têm aplicação prática. Todas as ocorrências de óleo, gás e carvão do mundo ocorrem em rochas sedimentares. O sucesso da exploração de óleo e gás necessitam de geólogos com bom conhecimento das características sedimentológicas e das relações estratigráficas de subsuperfície para que se identifiquem condições favoráveis de reservatório e trapeamento de petróleo (Fig. 1). O conhecimento sobre propriedades das rochas sedimentares, tais como, porosidade, permeabilidade, geoquímica orgânica, idade, e relações estratigráficas é de fundamental importância na descoberta do petróleo. O avanço do conhecimento da estratigrafia sísmica foi de fundamental importância para a compreensão das relações estratigráficas das rochas.
Sedimentologia e estratigrafia têm também um importante papel na industria mineira. Certos tipos de minérios, incluindo urânio, vanádio, manganês, ferro, chumbo, zinco e cobre podem ocorrer em depósitos sedimentares de um determinado ambiente particular, por exemplo, fluvial, recifal ou outros. O conhecimento das características sedimentológicas que determinam um determinado ambiente de sedimentação torna-se extremamente importante na exploração mineral. Exploração de depósitos comerciais de fosfato, sal e gipsita e outros depósitos minerais não metálicos também dependem do conhecimento de ambientes de deposição. Outro exemplo prático dos princípios de sedimentologia e estratigrafia incluem a exploração de águas subterrâneas, que não ocorrem exclusivamente em rochas sedimentares. Problemas de engenharia envolvendo transporte e erosão de massas superficiais são importantes na construção cívil de estradas, portos, cidades etc.
Os princípios da sedimentologia e da estratigrafia também encontram aplicação na geologia ambiental. Estes princípios são aplicados em uma grande variedade de problemas ambientais, desde a problemática da salinidade das águas subterrâneas aos problemas de agregados para materiais de construção, minerais de argila como material para industria de cerâmica, avaliação de depósitos de areia etc.