quinta-feira, 27 de junho de 2013

O que é um sismo?

O que é um sismo?

Um sismo ou terramoto é um súbita libertação de tensão acumulada por ruptura dos materiais na crosta terrestre. Quando a deformação desses materiais excede a força de coesão das rochas sob tensão eles partem-se através de planos de fraqueza os quais que podem já ser preexistentes.
A presença de líquidos e a temperatura são fatores que facilitam a libertação destas tensões. O local em profundidade onde se inicia a rutura é denominado hipocentro e o ponto à superfície na sua vertical é denominado epicentro. Por vezes, devido à forte direcionalidade do padrão de distribuição de energia e a uma maior profundidade do foco do sismo, o epicentro pode não ser exatamente o local mais afetado.
Nota: A palavra terramoto vem do latim terreamoto. Em Portugal usa-se mais o termo terramoto e no Brasil o termo terremoto, ambos corretos.

É bom sinal a libertação de energia através de sismos pequenos? Isso evita os grandes?

Cada falha geológica ativa tem uma "assinatura", um padrão próprio de libertação de energia. Por exemplo, para duas falhas semelhantes cada uma delas pode ser caracterizada por proporções relativas diferentes entre os sismos menores e sismos maiores. Isso depende de vários fatores geológicos. Contudo uma falha produzir muitas vezes sismos pequenos, algumas vezes sismos intermédios e raramente sismos grandes isso faz sempre parte da sua própria natureza.
Para explicar melhor isto, pode ser usado como analogia o modelo da pilha de areia de praia. À medida que vão caindo grãos continuamente no topo da pilha, a maior parte deles ficarão parados ou farão mover outros poucos grãos da pilha; outros provocarão alguns deslizamentos pequenos na face da pilha e uma vez ou outra a queda de um grão pode provocar um deslizamento significativo de grãos ao longo da superfície. Este comportamento, denominado de caos fraco, é muito semelhante à dinâmica do fenómeno sísmico. Assim, sismos grandes e sismos pequenos e sismos intermédios da mesma fonte sísmica fazem parte de todo o historial e a ocorrência de uns influencia, mas não impede a ocorrência dos outros.
Esta analogia é uma abordagem simples deste problema. Mas pode ir mais além. O que aconteceria se numa pilha os grãos fossem perfeitamente esféricos e noutra pilha os grãos fossem mais irregulares?

Existe previsão sísmica?

A previsão sísmica entendida como o ato de prever um sismo de modo a que se possam salvaguardar pessoas e bens, dentro de um prazo curto (horas ou poucos dias) não foi ainda descoberta. Não são reconhecidas variações de parâmetros simples ou conjuntos de parâmetros que permitam, por si só, estabelecer com certeza uma previsão quando, onde e com que magnitude vão ocorrer sismos.
Um sismo ou terramoto é um súbita libertação de tensão acumulada por rutura dos materiais na crosta terrestre. Quando a deformação desses materiais excede a força de coesão das rochas sob tensão eles partem-se através de planos de fraqueza os quais que podem já ser preexistentes.
A presença de líquidos e a temperatura são fatores que facilitam a libertação destas tensões. O local em profundidade onde se inicia a rutura é denominado hipocentro e o ponto à superfície na sua vertical é denominado epicentro. Por vezes, devido à forte direcionalidade do padrão de distribuição de energia e a uma maior profundidade do foco do sismo, o epicentro pode não ser exatamente o local mais afetado.

Porque é que se monitorizam os sismos?

O primeiro está relacionado com a informação, em tempo útil, aos órgãos de proteção civil, às autoridades, aos meios de comunicação social e à população em geral sobre fenómenos sísmicos.
O envio de informação sísmica, em tempo útil, aos órgãos de proteção civil permite que estes possam iniciar as suas operações munidos de uma ante-visão simples, mas realística dos efeitos provocados pelo sismo em termos de vidas e bens. Assim podem ativar os meios necessários e adequados a uma célere resposta no terreno.
Nas primeiras horas após um forte evento são calculados cenários em simuladores sísmicos que, com base na informação sísmica inicial, permitem afinar as previsões relativas aos efeitos do evento sísmico.
O segundo está relacionado com a asserção do risco sísmico. O risco sísmico, nos seus termos mais simples, é a relação numa determinada área geográfica entre a perigosidade sísmica e a vulnerabilidade aos sismos. A perigosidade sísmica é aferida através da compilação de informação paleossísmica (a paleossismologia é um ramo da geologia), de informação sísmica histórica e de informação sísmica instrumental. Conhecendo a perigosidade sísmica que afeta uma zona é possível adaptar normas e códigos de construção apropriados a um nível de vulnerabilidade que se considere satisfatório. Esta é uma das principais medidas de prevenção do risco sísmico.
E o terceiro motivo, claro, está relacionado com a informação que é possível obter a partir dos sismos sobre a estrutura e dinâmica do interior da Terra.

E onde ocorrem em Portugal?

O território do continente, assente na placa euro-asiática, caracteriza-se por uma sismicidade de nível intermédio em termos globais, quer em termos de magnitude, quer em termos de frequência.
A maior parte dos sismos acorrem na zona sul do Algarve, mas principalmente a sudoeste do cabo de São Vicente. Nos últimos 40 anos existe alguma aglomeração sísmica na zona de Évora, na zona litoral entre Santarém e Coimbra e a este da Costa Vicentina. No restante território a sismicidade tem sido dispersa.
No Arquipélago da Madeira, assente sobre a placa africana a sismicidade é baixa e o número de sismos sentidos é reduzido. Já no Arquipélago dos Açores a sismicidade é alta em termos de frequência e intermédia em termos de magnitude.
Os grupos oriental e central situam-se, grosso modo, sobre uma zona de transição difusa entre as placas americana e euro-asiática, que corresponde a uma estrutura geológica complexa de direcção WNW-ESE compatível com um deslocamento lateral direito e uma abertura muito lenta.
O grupo ocidental está assente sobre a placa americana sendo a sua sismicidade residual.

Onde ocorrem os sismos no mundo?

A maior parte dos sismos importantes ocorrem ao longo das principais descontinuidades da crosta terrestre que são as fronteiras de placas. Há três tipos de fronteiras: as conservativas, as destrutivas e as construtivas.
Normalmente nas fronteiras destrutivas existe maior potencial de origem de sismos muito fortes. A maior parte das fronteiras deste tipo existe no chamado "Anel de Fogo do Pacífico". Contudo também ocorrem sismos nos outros dois tipos de fronteira de placas e até em ambientes geológicos no interior das placas tectónicas.

 O que fazer em caso de sismo?

Consulte os links abaixo publicados na internet pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

O número de sismos está a aumentar?

É pouco provável. O que aumentou consideravelmente nas últimas dezenas de anos foi a capacidade técnica de deteção sísmica e o número de equipamentos sísmicos instalados no mundo inteiro. A sociedade de informação onde estamos inseridos também contribui fortemente para que acontecimentos sísmicos, que outrora passariam despercebidos, passem a ter uma cobertura mediática global e daí uma maior frequência de notícias relativas a este tema.
A título de exemplo, à escala global, nos últimos 5 anos (2007-2011) a média anual de ocorrências sísmicas mais significativas (magnitude superior a 7) é praticamente idêntica à média anual calculada desde 1900.

O que é a intensidade de um sismo?

A intensidade sísmica é a medida da severidade dos efeitos provocados por um sismo num determinado local e é expressa num número que representa um padrão teórico de efeitos sobre as pessoas, objetos, edifícios e meio ambiente.
Existe uma variedade de escalas macrossísmicas e normalmente têm 12 graus de intensidade. As escalas mais conhecidas são as escalas de Mercalli e as escalas MSK mas atualmente a Escala Macrossísmica Europeia está a impor-se como a mais extensivamente utilizada. Na prática são mais utilizados os graus de intensidade entre 3 e 10. Tipicamente os restantes graus são pouco utilizados.

O que é a magnitude de um sismo?

A magnitude de um sismo é um número que expressa a quantidade de energia libertada num evento no hipocentro. Existe uma enorme variedade de técnicas de cálculo da magnitude mas a mais conhecida é a Magnitude Local de Richter (ML). Esta escala funcionou como um padrão de aferição.
A variedade de escalas de magnitude expressa diferentes premissas utilizadas na sua conceção. É devido a este longo processo de evolução das escalas de magnitude que, para cada sismo, são reportados valores que não são absolutamente iguais entre si mas que, em geral, não diferem muito.

Quantos sismos existem por ano? 

Todos os dias ocorrem cerca de 1000 sismos de magnitude 2 a 2,9. Abaixo dessa magnitude só há estimativas de frequências. Por ano correm cerca de 49.000 sismos de magnitude 3 a 3,9; 6.200 de magnitude 4 a 4,9; 800 de magnitude 5 a 5,9; 120 de magnitude 6 a 6,9; 18 de magnitude 7 a 7,9 e 1 de magnitude 8 a 8,9. Entre 9 a 9,9 ocorrem 1 a cada 20 anos e superiores a 10 não existem dados que permitam estabelecer uma frequência média.
De facto, nunca foram registados eventos dessa magnitude com tecnologia sismográfica recente, O sismo maior alguma vez registado com tecnologia moderna ocorreu no Chile em 22 de Maio de 1960 com uma magnitude estimada em 9,5.
Instituto Português do Mar e da Atmosfera

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