terça-feira, 23 de julho de 2013

Mineradora acaba com água de região da Mongólia, diz Greenpeace

Grupo fez estudo que constata redução dos níveis de água subterrânea.
Indústria também tem despejado água residual contaminada com tóxicos.


 Pesquisador do Greenpeace tira amostra do que o grupo diz ser água residual despejada por projeto da mineradora Shenhua me uma região da Mongólia Interior. A foto foi tirada em 26 de abril (Foto: Reuters/Qiu Bo/Greenpeace/) Pesquisador do Greenpeace tira amostra do que o grupo diz ser água residual despejada por projeto da mineradora Shenhua me uma região da Mongólia Interior. (Foto: Reuters/Qiu Bo/Greenpeace/)

O Greenpeace afirmou nesta terça-feira (23) que um projeto conduzido pela maior mineradora de carvão chinesa, o Grupo Shenhua, tem reduzido os níveis da água subterrânea em uma região da Mongólia Interior, além de estar despejando grande quantidade de água residual tóxica.
De acordo com informações da Reuters, o relatório é o primeiro do Greenpeace a enfrentar publicamente uma das empresas mais poderosas da China e é divulgado em um momento em que a nova liderança do país põe foco na poluição em meio a crescentes protestos por causa da degradação ambiental no país.
A China, recentemente, cancelou planos de construir uma fábrica de processamento de urânio de U$6 bilhões depois de centenas de protestantes tomarem as ruas. Outro projeto de petroquímica também foi cancelado depois de manifestações em massa.
De acordo com o relatório do Greenpeace, as atividades da mineradora Shenhua, perto da cidade de Ordos, drenou mais de 50 milhões de toneladas de água subterrânea desde 2006.
“Estamos levando essas denúncias muito seriamente e começaremos nossas próprias investigações sobre o projeto para garantir que ele se enquadre em todas as regulamentações ambientais”, disse um porta-voz do Grupo Shenhua.
Poços secos
A maioria dos poços da região secaram e os novos têm que ter no mínimo 100 metros de profundidade para chegar à água, de acordo com informações da EFE. Lagos como o Subeinaoer, o principal da região, também foram reduzidos a quase dois terços devido às atividades da companhia, segundo o relatório do Greenpeace.
“A fábrica que investigamos está realizando um projeto experimental. É prevista uma expansão que, se concretizada, necessitará três vezes mais de água, o que vai leva-los a extrair água do Rio Amarelo”, alertou o portavoz do Greenpeace no Leste Asiático, Deng Ping.
Segundo Deng Ping, a situação pode afetar a mais de sete províncias ao longo do rio, razão pela qual insistiu ao governo chinês para “deter essas atividades, interromper a expansão prevista e encontrar uma via sustentável de crescimento”.
A contaminação é uma das maiores preocupações da população chinesa, que protagoniza cada vez mais protestos para pedir ao governo que garanta água, ar e alimentos “limpos”, diante dos frequentes escândalos como o denunciado pelo Greenpeace.

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