domingo, 11 de agosto de 2013

Tafonomia dos Vertebrados - Conclusões


Como foi visto no texto principal, a Tafonomia se ocupa dos processos que ocorrem desde a morte de um organismo até a sua coleta pelos paleontólogos. Com o uso desta ferramenta, podemos chegar a interessantes conclusões sobre o que determinado resto fóssil passou até o termos em nossas mãos, ou exposto num museu.
Num estudo com mamíferos atuais, observou-se que a probabilidade é de que apenas 1 (um!!!) osso em cada 1000 venha a se tornar um fóssil. Para se ter uma idéia, cada ser humano tem aproximadamente 210 ossos em seu corpo e, para encontrarmos apenas 1 osso fossilizado, seria necessário que os ossos de 5 pessoas passassem pelos processos de necrólise, desarticulação, transporte, soterramento e diagênese. Portanto, podemos concluir que quando estamos diante de um fóssil, estamos diante de um fenômeno extremamente raro.
Mas não basta saber o que aconteceu com os restos de um animal desde a sua morte, é preciso também entender como eram os "donos" destes ossos quando em vida. Quem não viu filmes como Parque dos Dinossauros e não ficou maravilhado? Como eles puderam reconstruir os prováveis ambientes onde tais bichos viviam?
Através dos estudos tafonômicos, integrados aos estudos sedimentológicos (sobre as rochas onde os fósseis são encontrados) podemos reconstituir como era o ambiente do passado no qual dinossauros (e outros organismos fósseis) viviam. Tais estudos são englobados pela Paleoecologia, cujo objetivo é descrever os ecossistemas do passado e compreender a sua estrutura e funcionamento, permitindo, assim, recolocar os organismos fósseis no contexto físico e biológico da sua época (Ricqlés, 1989).
Podemos concluir, portanto, que "Fósseis são restos de organismos, mas também são partes de um quebra-cabeça muito maior, complexo e fascinante: os ecossistemas do passado. Na paleoecologia, tenta-se reconstruir esses ecossistemas e suas comunidades animais e vegetais, utilizando-se de evidências tais como fósseis e ambientes de sedimentação, e uma vez que o registro geológico e fóssil é incompleto, e porque as amostras disponíveis muitas vezes resultam de vários processos que tendenciam o registro ecológico original, a análise tafonômica dos fósseis é um pré-requisito fundamental para a paleoecologia".

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