Estruturas
Assim
como as rochas ígneas, as rochas metamórficas podem apresentar diversas estruturas,
classificadas de diferentes formas por vários autores. Neste caso, a classificação
utilizada abrange feições observáveis em escalas de afloramento e amostra de mão:
Foliação
É um termo relacionado com estruturas planares não só
para rochas metamórficas como também para as rochas magmáticas, devido ao
arranjo paralelo dos minerais. Sob este aspecto, xistosidade e gnaissificação são
foliações típicas. Alguns autores utilizam o termo como sinônimo de bandamento
composicional dos gnaisses (alternância de bandas claras e escuras). Outros utilizam o
termo superfícies - S designando qualquer estrutura plana, independente de qual
seja sua origem. Incluem-se juntos nessa classificação xistosidade, clivagem ardosiana e
acamamento, por exemplo. A figura ao lado mostra a foliação gnáissica em gnaisse
facoidal.
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Xistosidade
Essa estrutura é representada pelo desenvolvimento de minerais placóides
e/ou tabulares/prismáticos. A figura ao lado mostra uma estrutura xistosa em
xisto.
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Lineação
Essa estrutura é reconhecida quando há uma direção preferencial
dentro do plano de xistosidade. Pode ser tanto microscópica como macroscópica,
a fotografia ao lado (Seer, 1999) mostra lineação de estiramento em
quartzito micáceo.
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Gnaissificação
É a estrutura típica dos gnaisses, rochas em que os
feldspatos perfazem mais de 20% do volume. Essa estrutura normalmente é
caracterizada por bandamento
composicional. Bandas claras, mais ricas em quartzo e feldspato alternadas com bandas
mais escuras, por conter maior teor de minerais máficos. A figura ao lado mostra uma estrutura gnáissica com bandas claras
(leucossoma) e
escuras (melanossoma), em migmatito.
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Clivagem
Ardosiana
Estrutura típica das ardósias e filitos
caracterizados predominantemente pela iso-orientação de filossilicatos
microcristalinos. Macroscópicamente é caracterizada pela quebra das rochas em planos paralelos e
regulares. A figura ao lado mostra uma ardósia, na qual a quebra é plano paralela devido à
clivagem.
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Clivagem
de crenulação
É uma segunda foliação gerada sobre rocha
metamórfica, normalmente rica em filossilicatos (micas), em
decorrência
de dobramento com pequeno comprimento de onda e amplitude
(microdobras).
Essa segunda foliação é paralela ao plano axial dessas dobras e
quanto mais apertadas forem essas microdobras, melhor será o
desenvolvimento da clivagem. A fotomicrografia ao lado mostra
estágio
inicial do desenvolvimento de clivagem de crenulação em grafita
xisto, aumento 20x, nicóis
paralelos.
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Maciça ou Granulosa
Há ausência de elementos planares ou lineares na rocha,
que exibe
aspecto compacto, maciço. Exemplos típicos são mármores, quartzitos e hornfels.
A foto ao lado mostra uma estrutura maciça em mármore dolomítico, aumento 6,3x.
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São
descritos também diversos tipos de estruturas em migmatitos, devido à grande variedade que
compõe este tipo de rocha:
Agmatítica
ou brechada
É formada por fragmentos rochosos angulosos do paleossoma de tamanhos
variáveis, separados por veios de material granítico ou neossomático.
Para sua formação, pode ter ocorrido brechação e preenchimento dos planos de ruptura por magma. |
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Dictionítica
ou de rede
Há presença de veios de neossoma retalhando o paleossoma, compondo uma rede densa.
Este tipo de estrutura apresenta sinais de cisalhamento, ao contrário da estrutura
agmatítica. |
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Schollen
ou em placas
É composta por blocos isolados de paleossoma mergulhados no neossoma. Essas placas
podem apresentar comumente sinais de rotação ou cisalhamento.
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Flebítica
ou venosa
Consiste em numerosos veios irregulares de neossoma recortando o paleossoma,
contrastando com o caráter retilíneo da estrutura em rede.
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Estromatítica
ou acamada
É constituída por veios de material neossômico paralelos à xistosidade. É também
conhecida como "lit-par-lit", atribuindo-se a feição magmática, denominando-se as rochas
de gnaisses de injeção ou gnaisses "lit-par-lit".
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Dilatação
Ocorre nas rochas que possuem diferentes competências, levando ao desenvolvimento de boudinage
(feição de estiramento). Se houver separação dos boudins pelo neossoma
surge a estrutura de dilatação.
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Dobrada
Nesta estrutura, veios dobrados de neossoma recortam o paleossoma. As dobras são de
tamanhos variáveis e mais ou menos paralelas.
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Ptigmática
O neossoma constitui veios intensamente dobrados de pequena amplitude e sem
correspondentes na foliação do paleossoma, com o qual normalmente é discordante.
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Oftalmítica
ou ocelar
O material neossômico apresenta-se disperso por todo o paleossoma sob forma de olhos,
quase sempre tratando-se de porfiroblastos de feldspato potássico ou plagioclásio
ácido, frequentemente envolvidos por minerais máficos concordantes com planos de
xistosidade.
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Estictolítica
ou de manchas
É mais rara, na qual os minerais máficos se concentram em manchas, deixando ao seu
redor material rico em minerais claros.
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"Schilieren"
Há separação bem nítida de faixas claras e escuras. Para sua formação, houve
maior mobilidade mecânica dos migmatitos do que os de estruturas de penetração como
agmatitos e dictonitos. São formados sob grandes pressões e temperatura, apresentando
intensa mobilidade dos constituintes
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Nebulítica
Não há distinção entre o paleossoma e o neossoma, já que a absorção do
paleossoma pelo neossoma encontra-se em estágio muito avançado. Essa estrutura é o
último sinal de alguma estrutura migmatítica. Os nebulitos encontram-se no núcleo dos
migmatitos, representando a fase anterior à formação de intrusões magmáticas.
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