Acordo assinado entre o diretor do INPE, Leonel Perondi, e o secretário geral da OTCA, Robby Ramlakhan, facilitará a disponibilização do TerraAmazon, o sistema desenvolvido pelo instituto para seus programas de monitoramento da Amazônia Legal Brasileira, como PRODES e DETER. O documento foi assinado nesta quarta-feira (17/7) na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).
Segundo a OTCA, o objetivo é estabelecer um sistema regional coordenado de monitoramento da cobertura florestal, tendo como referência as metodologias e tecnologias desenvolvidas pelo INPE. Assim, o conhecimento adquirido na instituição brasileira deve contribuir para a governança de questões relacionadas ao desmatamento e ao uso da terra nos países.
Está prevista a realização de 12 cursos de capacitação sobre monitoramento do desmatamento. A parceria entre INPE e OTCA também possibilitará instalar "Salas de Observação" nos países membros da organização, que poderão acompanhar em tempo quase real as informações sobre a extensão e a qualidade da cobertura florestal nessa região.
Vigilância por satélites
Através do INPE, o Brasil monitora por satélite 4 milhões de Km² de florestas na Amazônia todos os anos. O maior programa de acompanhamento de florestas do mundo permite ao país medir o desmatamento e divulgar com transparência todas as informações obtidas a partir dos satélites.O monitoramento por satélites é hoje imprescindível na contenção do desmatamento para proteger a biodiversidade e frear alterações no clima, além de gerar as informações necessárias à implantação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Desde 1988, o INPE mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES).
O INPE mantém em operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia – além do PRODES, o DETER e o DEGRAD -, que atuam de forma independente, porém complementares.
O PRODES revela a taxa anual do desmatamento por corte raso, quando todo o conjunto de árvores da floresta é retirado. Desde 2004, o INPE também opera o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER). Menos detalhado do que o Prodes - por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior frequência, porém com imagens de menor resolução espacial -, o DETER inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal. É utilizado para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Em 2008, o aumento da degradação indicado pelo Deter motivou a criação do terceiro sistema, denominado DEGRAD, para identificar as áreas que ainda não podem ser classificadas como corte raso, mas já estão comprometidas pelo desmate. Em 2011, o INPE lançou o TerraClass, que revela como estão sendo usadas as áreas onde não se encontra mais floresta nativa.
Toda essa experiência está resultando na transferência de conhecimento e tecnologia para outros países desenvolverem sistemas próprios de controle sobre o desmatamento. A ajuda oferecida a outros países interessados em avançar na vigilância de suas próprias florestas faz do Brasil um líder de iniciativas internacionais para o controle do desmatamento e da degradação florestal em todo o mundo.
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