A humanidade se utiliza do ambiente
geológico desde os primórdios tempos. Inicialmente
utilizavam-se cavernas para o abrigo e proteção, o que pode
ser comprovado pelas inúmeras ilustrações rupestres
existentes e m seu interior, que retratam o modo de vida naquela
época. Posteriormente pontas de lanças, martelos e outros
artefatos foram fabricados por nossos antepassados e tiveram papel
fundamental na supremacia do ser humano sobre outras
espécies. Com o avanço da civilização, os seres humanos
passaram a modificar as rochas, cortando-as e
transportando-as, e utilizando-as como material de
construção de suas casas. Mais tarde utilizaram as rochas
para construção de monumentos e aquedutos, pavimentar ruas, e
inúmeras outras aplicações. Muitas dessas construções estão
intactas até hoje.
Nos dias atuais a rocha continua sendo utilizada
como material de construção, ora como um agregado para a
fabricação do concreto (p.e. pedra britada), ora ?in natura?
como elemento estrutural e também em placas ou ladrilhos como
material de revestimento.
A rocha, uma vez cortada e polida apresenta
características próprias, que dependem da história geológica
por que passou desde sua formação na Terra.
As rochas ígneas, de maneira geral, caracterizam-se
pela altíssima resistência mecânica e, portanto, são
apropriadas para suportar grandes esforços mecânicos e
tráfego. Um exemplo de aplicação é o piso da estação
Sé do Metrô de São Paulo, por onde circulam centenas de
milhares de pessoas diariamente. O pátio do Instituto de Geociências
da Universidade de São Paulo é, também, revestido
com rocha ígnea (granito).
Os mármores, que representam rochas metamórficas,
têm uma composição carbonática e, portanto, são
relativamente menos resistentes do que as rochas ígneas. Apresentam
uma grande variedade de padrões texturais e de cores o que
permite sua adaptação a diferentes projetos arquitetônicos,
sendo como tal mais apropriados para revestimento de paredes.
Este tipo de rocha pode ser visto revestindo as paredes
internas de vários prédios públicos e ?shopping centers?.
As rochas sedimentares, apesar de menos resistentes à
abrasão, também são muito utilizadas como elemento
estrutural e mesmo de revestimento. Como exemplo de sua
aplicação têm-se as pirâmides do Egito que vêm resistindo às
intempéries durante milhares de anos e também o Teatro
Municipal de São Paulo, onde rochas sedimentares (arenitos)
foram usadas como elementos estruturais (blocos e colunas).
As ardósias, rochas levemente metamorfizadas, são
muito populares para o revestimento de pisos, assim como os
quartzitos, que são aplicados em beiras de piscinas devido à
sua resistência e característica antiderrapante.
Inúmeras ruas são pavimentadas com blocos de rocha
(paralelepípedos) que conjugam a altíssima durabilidade da
rocha com ótimas características de drenagem.
Pode-se dizer que, independentemente do tipo de
rocha utilizada, sua aplicação irá sempre enobrecer e
valorizar a construção. A rocha se impõe como um material de
construção tanto tradicional como moderno, graças às suas
propriedades de resistência, suas tonalidades e aos
inigualáveis arranjos multiformes de sua textura.
No Brasil são extraídas anualmente 5,2 milhões
de toneladas de rochas para revestimento, das quais 50% são
utilizadas na Grande São Paulo. Um percentual crescente tem
sido exportado para diversos países, principalmente europeus
e asiáticos. Este mercado, representado internamente por
mais de 3000 marmorarias espalhadas pelo Brasil, vem
crescendo ano a ano e exigindo um conhecimento técnico cada
vez melhor da matéria prima.
Os geólogos, graças à sua formação,
conhecem as rochas e as aplicações mais apropriadas para cada
tipo rocha, de forma a se alcançar um ótimo desempenho,
considerando as propriedades da rocha, suas qualidades e deficiências,
aliadas à melhor solução arquitetônica.
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