Os planetas estão muito mais próximos de nós do que as estrelas, de forma
que eles parecem se mover, ao longo do ano, entre as estrelas de fundo. Esse
movimento se faz, geralmente, de oeste para leste (não confundir com o
movimento diurno, que é sempre de leste para oeste!), mas em certas
épocas o movimento muda,
passando a ser de leste para oeste.
Esse movimento retrógrado pode durar vários meses (dependendo do planeta),
até que fica mais lento e o planeta reverte novamente sua direção,
retomando o movimento normal.
O movimento observado de cada planeta é uma combinação do movimento
do planeta em torno do Sol com o movimento da Terra em torno do Sol, e é
simples de explicar quando sabemos que a Terra está em movimento, mas fica
muito difícil de descrever num sistema em que a Terra esteja parada.
O modelo geocêntrico
Apesar da dificuldade de compreender e explicar o movimento observado dos
planetas do ponto de vista geocêntrico (a Terra no centro do Universo),
o geocentrismo foi uma idéia dominante na Astronomia durante toda a
Antiguidade e Idade Média. O sistema geocêntrico também é
conhecido como sistema ptolomaico, pois foi
Cláudio Ptolomeu, o último
dos grandes astrônomos gregos (150 d.C.), quem construiu o modelo
geocêntrico mais completo e eficiente. Ptolomeu explicou o movimento dos
planetas através de uma combinação de círculos: o planeta se
move ao longo de um pequeno círculo chamado
epiciclo, cujo centro
se move em um círculo maior chamado
deferente. A Terra fica numa
posição um pouco afastada do centro do deferente (portanto o deferente
é um círculo excêntrico em relação à Terra).
Para dar conta do
movimento não uniforme dos planetas, Ptolomeu introduziu ainda o
equante, que é um ponto ao lado do centro do deferente
oposto à posição da Terra, em relação ao qual o centro do
epiciclo se move a uma taxa uniforme.
O objetivo de Ptolomeu era produzir um modelo que permitisse prever a
posição dos planetas de forma correta, e nesse ponto ele foi razoavelmente
bem sucedido. Por essa razão esse modelo continuou sendo usado sem
mudança substancial por 1300 anos.
O Modelo Heliocêntrico
Em 1492 termina a ocupação árabe (mouros) da península ibérica,
que se iniciou em 711, e começa a Renascença.
Inicia-se a tradução
dos textos árabes e gregos, trazendo para a Europa os conhecimentos clássicos
de Astronomia, Matemática, Biologia e Medicina.
Nicolau
Copérnico representou o Renascimento na Astronomia.
Copérnico (1473-1543) foi um astrônomo polonês com grande inclinação
para a matemática. Estudando na Itália, ele leu sobre a hipótese
heliocêntrica proposta (e não aceita) por Aristarco (
300 a.C.),
e achou que o Sol no centro do Universo era muito mais razoável do que
a Terra. Copérnico registrou suas idéias num livro -
De Revolutionibus- publicado no ano de sua morte.
Os conceitos mais importante colocados por Copérnico foram:
- introduziu o conceito de que a Terra é apenas um dos seis planetas
(então conhecidos) girando em torno do Sol
- colocou os planetas em ordem de distância ao Sol: Mercúrio,
Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno (Urano, Netuno e
o planeta anão Plutão).
- determinou as distâncias dos planetas ao Sol, em termos da
distância Terra-Sol.
- deduziu que quanto mais perto do Sol está o planeta, maior é sua
velocidade orbital. Dessa forma, o movimento retrógrado dos planetas
foi facilmente explicado sem necessidade de epiciclos.
Copérnico manteve a idéia de que as órbitas dos planetas eram circulares,
e embora o movimento dos planetas ficasse simples de entender
no seu sistema, as posições previstas para os planetas não eram em nada
melhores do que as posições previstas no sistema de Ptolomeu.
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