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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Organismos encontrados entre os microfósseis

Foraminíferos

Os Foraminíeros são protistas que segregam uma concha composta por carbonato de cálcio, aglutinada por partículas do sedimento em que vivem ou mais raramente, orgânica ou silicosa.
Algumas espécies vivem dentro de conchas com uma única câmara, sendo designadas como uniloculares, mas a maior parte dos foraminíeros é multilocular, ou seja, vivem em conchas que possuem várias câmaras. Por fora da concha estendem-se os pseudópodes, que são filamentos protoplasmáticos usados na locomoção, fixação ao substrato e alimentação.
Os Foraminíeros servem de alimento para muitos animais sendo selecionados preferencialmente por camarões e moluscos escafópodes.
Em águas pouco profundas, as algas microscópicas (incluindo diatomáceas) são uma grande parte da dieta dos foraminíeros. Em águas de maior profundidade os detritos e bactérias têm uma maior importância na alimentação destes organismos. Algumas espécies de foraminíeros são carnívoras alimentando-se de outros foraminíeros, ouriços- do-mar, pequenos crustáceos, etc.
Podem viver no fundo (bentônicos) ou na coluna de água (planctônicos). As espécies bentônicas podem viver em águas salobras e doces e as planctônicas estão mais adaptadas à vida em zonas oceânicas.
Surgiram no Cambriano e vivem até hoje.

O que se preserva destes organismos no sedimento são suas carapaças compostas por minerais.
Seu tamanho varia de 0,02 a 110 mm.

Radiolários

Os radiolários são protistas com endoesqueleto silicoso e pseudópodes rígidos (axópodes).
São exclusivamente marinhos, vivendo desde a superfície até as profundidades abissais.
Na cadeia alimentar, os radiolários fazem parte do zooplâncton. São consumidores primários, usando seus pseudópodes para se alimentar de bactérias, algas, pequenos copépodos e outros protistas. Por outro lado, servem de alimento para crustáceos, peixes e outros animais.
As espécies solitárias variam de 0,05 mm a 0,25 mm, mas as espécies que vivem em colônias podem atingir, em alguns casos, até 3 m de comprimento.
Os registros mais antigos datam do Cambriano, mas os radiolários existem até hoje.
O esqueleto dos radiolários, formado por uma rede de barras e espinhos, é que fica preservado em sedimento e rochas.

Diatomáceas

As diatomáceas são protistas unicelulares com frústula silicosa. Cada frústula é formada por duas valvas, ligeiramente desiguais (a menor das valvas encaixa-se na maior).
Habitam a zona fótica dos oceanos (até cerca de 200m de profundidade), mares, lagos e rios, apresentando tanto formas bentônicas como planctônicas. Podem ser solitárias ou coloniais.

Na cadeia alimentar, as diatomáceas são produtoras primárias e junto com os cocolitoforídeos e dinoflagelados fazem parte do fitoplâncton. Portanto, são organismos autótrofos, com pigmentos fotossintetizantes amarelados, pardo-amarelados ou castanhos.
As diatomáceas servem de alimento a pequenos crustáceos e a larvas de invertebrados e peixes.
O tamanho das diatomáceas varia de 0,01 mm a 0,10 mm.
Os registros mais antigos são de diatomáceas marinhas do Cretáceo, mas hoje são encontradas em vários ambientes aquáticos e até semi-aquáticos, como em solos úmidos e presas a vegetais ou árvores (epífitas).
A frústula das diatomáceas é que fica preservada em sedimento, podendo formar até mesmo um diatomito, rocha rica em diatomáceas.

Dinoflagelados



Cocolitoforídeos

São protistas unicelulares planctônicos.
Os cocolitoforídeos atuais são organismos fotossintetizantes e representam os mais importantes fixadores de energia solar dos oceanos.
São muito abundantes na zona fótica (de 0 a 200m de profundidade), sendo que a sua concentração máxima ocorre, geralmente, entre 0 e 100m, no cinturão tropical, e a menos de 50m de profundidade nas regiões temperadas.
São predominantemente marinhos e são encontrados em praticamente todos oceanos e mares do planeta.
Esses protistas possuem um envoltório carbonático chamado de cocosfera. A cocosfera é formada por pequenas placas arredondadas chamadas cocólitos, unidas por uma substância orgânica.
Surgiram no Triássico e existem até hoje.
Seu tamanho varia de 0,25 a 50 µm e por isso são também chamados de nanofósseis.

Pólens e Esporos

ou Palinomorfos

O pólen (ou os grãos de pólen) é o conjunto de minúsculos grãos produzidos pelas flores das plantas do grupo das Angiospermas (ou pelas pinhas masculinas das Gimnospermas). São os elementos reprodutores masculinos (ou microgametófitos) onde se encontram os gametas que vão fecundar os óvulos, para os transformar em frutos e sementes.
Esporos são unidades de dispersão das plantas formadas por via assexual, como os que se formam por meiose nos esporângios das samambaias e outros fetos, nos musgos ou nos fungos.
A polinização corresponde ao processo de transporte do pólen da antera até o estigma através de vários agentes, tais como o vento (dispersão anemófila), insetos (dispersão entomófila), pássaros (dispersão ornitófila) e água (dispersão hidrófila). Geralmente produzidos em grande quantidade, esses grãos microscópicos podem ser transportados a grandes distancias, podendo ser depositados no fundo de lagos, rios, mares e oceanos.
A presença de polens e esporos em sedimentos e rochas indica proximidade a um ambiente continental e permite a reconstituição da história evolutiva das plantas.
A palinologia é o estudo morfológico dos grãos de pólen e esporos, suas aplicações e modo de dispersão. Hoje a Palinologia estuda a matéria orgânica microscópica que persiste após a dissolução por HCl (ácido clorídrico) e HF (ácido fluorídrico) dos componentes inorgânicos de uma rocha. O material que resta do ataque com ácidos compreende os chamados palinomorfos, que podem ser encontrados preservados em sedimentos e rochas.

Os palinomorfos são constituídos de:

Esporomorfos:

Grãos de pólen de gimnospermas e angiospermas e esporos de briófitas, pteridófitas, e fungos.

Fitoplâncton:

Cistos de dinoflagelados prasinófitas (grupo de algas verdes); acritarcas; fitoclastos (cutículas, tecidos lenhosos, opacos, matéria orgânica amorfa, etc.) e outros grupos microscópicos (cianobactérias, rhodophytas).

Zoomorfos:

Escolecodontes, quitinozoários e até alguns restos quitinosos de foraminíferos.
Os palinomorfos são encontrados desde o Pré-Cambriano até o Recente. O tamanho dos esporos varia entre 20 e 100 mm e os grãos de pólen variam de 20 a 200 mm.

Carófitas

São plantas não vascularizadas, compostas por entrenós longos e nós curtos, aos quais se prendem ramos laterais. Possuem gametângios rodeados por uma cobertura multicelular. Os oogônios fertilizados e fossilizados são chamados girogonites.
As carófitas vivem em fundos de lagos, rios, riachos, e outros ambientes predominantemente de água doce. Habitam também ambientes mixohalinos, como manguezais e lagunas.
Os talos e os girogonites podem ser calcificados com carbonato de cálcio. Seu tamanho varia de 0,5 a 3 mm e podem ser encontrados junto a outros microfósseis, principalmente em rochas de ambientes dulciaquícolas.
As carófitas mais antigas foram encontradas em rochas do Siluriano.
Tem ampla distribuição geográfica e são bons fósseis-guia.

Cianobactérias

As bactérias foram os organismos mais antigos a habitar o planeta Terra. As cianobactérias correspondem aos primeiros fósseis de bactérias encontrados no registro geológico, com idade de 3,5 bilhões de anos atrás. Ainda hoje as cianobactérias são abundantes, vivendo numa variedade de ambientes. Seu tamanho individual geralmente é menor que 0,01mm.
As cianobactérias são organismos autotróficos fotossintetizantes. São extremamente tolerantes a variações de salinidade e temperatura. As cianobactérias podem formar colônias ou viver livremente, como uma única célula. As colônias podem ser planas ou esféricas.
As cianobactérias raramente são encontradas preservadas como microfósseis, talvez pelo seu tamanho pequeno ou pela dificuldade em diferenciá-las de fósseis de fungos microscópicos, porém em alguns casos até mesmo a parede celular ficou preservada. Entretanto, estruturas biossedimentares construídas pelas cianobactérias - os estromatólitos - são encontrados em todos os continentes, sendo seu registro mais abundante no Pré-Cambriano. Os estromatólitos são estruturas caracterizadas por camadas superpostas de minerais que são produzidas por cianobactérias. As colônias de cianobactérias se fixam em um substrato, em meio aquoso límpido e iluminado e, nessas condições, proliferam e formam "esteiras microbiana", viscosas, ricas em mucilagem que captam e incorporam partículas sedimentares do meio.
Ao longo do tempo, várias camadas de mucilagem e sedimento vão se superpondo, formando estruturas na forma de domos ou colunas, os estromatólitos, que, posteriormente litificam, transformando-se em rocha.

Poríferos

Os poríferos (Filo Porifera), também conhecidos como esponjas, são animais bentônicos sésseis (fixos no substrato), coloniais ou solitários. Fazem parte da construção de recifes.
Têm uma forma semelhante a um vaso fixado pela base, perfurado externamente por pequenos poros. O esqueleto inorgânico pode ser espicular ou não espicular. As espículas podem ser de carbonato de cálcio ou sílica, e são geralmente elas que ficam preservadas e são encontradas nas amostras de micropaleontologia.
As esponjas ocupam todos os ambientes aquáticos. A maioria é filtradora de microorganismos e outras substâncias da água, mas algumas são carnívoras. Vários animais se alimentam de esponjas, embora o dano causado por estes predadores seja geralmente pequeno. Alguns moluscos, ouriços e estrelas-do-mar, além de peixes tropicais (donzelas, peixes-borboleta) e tartarugas, comem esponjas. Muitas espécies são totalmente expostas aos predadores, e na impossibilidade de bater em retirada apresentam mecanismos alternativos de defesa, de natureza química, contra a predação excessiva.
Seu registro fóssil inicia no Cambriano e vem até hoje. Seu tamanho varia de 1mm a 2m de altura.

Cnidários

Os Cnidários são animais exclusivamente aquáticos, com formas sésseis, denominadas pólipos, e livre-natantes, denominadas medusas. As formas polipóides vivem fixas ao substrato e podem ser solitárias ou coloniais.
As medusas podem ser relativamente pequenas (alguns milímetros), mas as espécies maiores podem atingir os 2 m de diâmetro e apresentar tentáculos com mais de 10 m de comprimento. Os pólipos solitários podem ser microscópicos ou atingir 2 m de diâmetro, quando formam colônias.
No grupo dos cnidários estão incluídas as águas-vivas e os corais formadores de recifes. O termo "coral", de modo geral, refere-se aos cnidários com esqueletos compostos por carbonato de cálcio.
A alimentação dos cnidários é feita através dos tentáculos, que capturam e encaminham para a boca os animais, principalmente pequenos crustáceos, e o plâncton. Os cnidários são predados por alguns peixes.
Os Cnidários tem ampla distribuição geográfica e são predominantemente marinhos, sendo atualmente mais comuns em regiões onde há águas quentes, rasas e limpas nos oceanos.
Os registros mais antigos do grupo são de formas medusóides do final do Pré-Cambriano (Ediacarano), preservados como moldes ou impressões. Nas amostras de micropaleontologia podem ser encontrados preservados fragmentos de esqueleto de carbonato de cálcio de formas polipóides.

Briozoários

Os briozoários são animais invertebrados e de hábito colonial. Os indivíduos das colônias, denominados zoóides, são cilíndricos, dotados de anel de tentáculos e fisicamente conectados entre si. O zoóide tem cerca de 0,5 mm de comprimento.
Os briozoários são sésseis e encontrados incrustados em qualquer material aquático. O grupo é constituído por animais predominantemente encontrados em água salgada, mas também ocorrendo em água doce. No ambiente marinho podem ser encontrados em todas as profundidades, sendo, porém, mais comuns em águas rasas nos mares tropicais. Os briozoários marinhos possuem um esqueleto calcário e participam da construção de recifes.
Habitam preferencialmente águas límpidas e alimentam-se de plâncton, como as diatomáceas e os radiolários . Existem desde o Ordoviciano e são abundantes nos dias atuais. Nos sedimentos e rochas podem ser encontrados fragmentos de suas colônias.



Braquiópodes

Braquiópodes são animais solitários que possuem o corpo protegido por uma concha com duas valvas. A concha pode ser de fosfato de cálcio ou carbonato de cálcio. Diferem dos moluscos bivalves externamente pelo seu plano de simetria que passa no meio das valvas e não entre elas como nos moluscos.
Os braquiópodes são exclusivamente marinhos, bentônicos e suspensívoros, ou seja, filtram partículas em suspensão na água para obter seu alimento. Algumas formas podiam se fixar no substrato através de um pedúnculo, outras, se firmar através de espinhos ou ainda repousar livremente sobre o fundo marinho. Seu registro fóssil inicia no Cambriano e vem até hoje. Foram mais diversificados na Era Paleozóica. O que pode ser encontrado nos sedimentos são suas conchas, inteiras ou fragmentadas.




Biválvios

São animais invertebrados incluídos no Filo Mollusca e Classe Bivalvia. Possuem concha de carbonato de cálcio (CaCO3) com duas valvas. A concha dos biválvios apresenta crescimento contínuo, o que fica evidenciado através das linhas de crescimento. Seu tamanho varia desde 1 cm até 1,5 m de diâmetro.
Ocorrem preferencialmente em ambiente marinho desde regiões polares até a equatorial. Também podem ser encontrados em águas salobras e em lagos e rios.
São predominantemente bentônicos e filtradores. Existem espécies detritívoras, ou seja, que se alimentam da matéria orgânica encontrada no sedimento em que vivem; e outras suspensívoras, ou seja, que filtram as partículas de alimento suspensas na água.
O registro mais antigo de biválvios é do Cambriano. No sedimento, tanto micromoluscos bivalves inteiros como fragmentos da concha de bivalves macroscópicos podem ser encontrados associados a outros microfósseis.


Gastrópodes

São animais invertebrados pertencentes ao Filo Mollusca e Classe Gastropoda.
Geralmente apresentam concha espiralada, de carbonato de cálcio (CaCO3). Seu tamanho varia desde 1 mm até 70 cm de comprimento
Os gastrópodes habitam preferencialmente o ambiente marinho, onde a maioria é bentônica, mas existem espécies terrestres.
O modo de alimentação dos gastrópodes é bastante variado. As formas herbívoras têm rádulas fortes que utilizam para raspar algas ou triturar folhas e caules. As formas detritívoras e filtradoras tem uma rádula simples ou ausente. As carnívoras correspondem a predadores ativos que caçam até pequenos peixes.
Os gastrópodes surgiram no Cambriano, mas tornaram-se mais diversificados e abundantes nos mares após o início da era Cenozóica. Existem até hoje.

Cefalópodes

São animais invertebrados do Filo Mollusca e Classe Cephalopoda. A principal característica deste grupo é a coroa de tentáculos que circunda a região da cabeça. Conchas externas de carbonato de cálcio (CaCO3) eram bem desenvolvidas em cefalópodes nautilóides e amonóides extintos no final do Mesozóico. Nos representantes atuais observa-se uma redução ou perda da concha.
Atingem tamanho expressivo, principalmente os fósseis, cujas conchas chegaram a cerca de 2,5 m de diâmetro.
São moluscos exclusivamente marinhos. São predadores e capazes de nadar e alcançar grandes velocidades.
Surgiram no Cambriano e ocorrem até hoje. Foram extremamente abundantes nos mares do Paleozóico e Mesozóico, hoje estão restritos a aproximadamente 650 espécies. No registro fóssil podem ser encontrados fragmentos destas conchas nos materiais micropaleontológicos.


Ostracodes

São crustáceos cujo corpo, lateralmente comprimido, é envolvido por uma carapaça calcária bivalve. Seu tamanho é pequeno, variando entre 0,5 e 1 mm. A carapaça calcária que os envolve é trocada sucessivas vezes (muda ou ecdise), para permitir seu crescimento.
Os ostracodes surgiram no Ordoviciano e existem até hoje, podendo ser encontrados em ambientes aquáticos de água doce e salobra (rios, lagos, lagunas, etc.) até marinhos (raso a profundo). Alguns ostracodes estão adaptados a uma vida semi-terrestre, vivendo em solo úmido e na água retida em bromélias.
Em sua maior parte os ostracodes são bentônicos, com algumas espécies planctônicas e outras nectônicas. A maioria é detritívora, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição.
Estes microcrustáceos são reconhecidamente sensíveis a variações nas características físico-químicas do meio aquoso, o que os torna excelentes indicadores paleoambientais.
O que frequentemente fica preservado nas rochas são as valvas. Em casos excepcionais de preservação, partes moles foram encontradas.

Como distinguir um ostracode de um micromolusco???

Ambos possuem uma concha bivalve (com duas valvas), porém a concha dos moluscos bivalves apresenta linhas de crescimento, pois ela vai crescendo conforme o organismo também aumenta de tamanho. Já os ostracodes para poderem crescer precisam trocar sua concha bivalve e por isso não apresentam as linhas de crescimento.

Conchostráceos

Os Conchostráceos são pequenos crustáceos providos de uma carapaça com duas valvas, quitinosas, impregnadas ou não por carbonato de cálcio.
São organismos predominantemente dulciaqüícolas, habitando águas temperadas ou quentes. Saõ animais bentônicos e distribuem-se sobre o substrato argiloso de corpos d'água rasos e temporários, onde podem escavar ativamente o fundo.
Alimentam-se de restos vegetais e de microrganismos (ostracodes e copépodes) obtidos através do revolvimento e ingestão de pequenas partículas dos sedimentos lamosos.
São organismos cosmopolitas, encontrados em todas as latitudes.
O que fica preservado nas rochas, e é objeto de estudo da micropaleontologia, é a carapaça ou suas valvas desarticuladas. Seu tamanho varia de 3 mm a até 4 cm.
Os fósseis mais antigos de conchostráceos conhecidos são do Devoniano, mas ocorrem até hoje em lagos temporários, margens de lagos perenes, planícies de inundação, fontes termais ou mesmo lagunas costeiras.

Trilobitas

Os trilobitas eram animais invertebrados pertencentes ao filo Arthropoda. Seu corpo era achatado e segmentado, podendo ser dividido em três lobos em sua região dorsal (uma região axial e duas laterais).
A presença de um exoesqueleto de natureza quitinosa, impregnado de carbonato de cálcio, e que sofria mudas (ou ecdises) ao longo do seu crescimento, justifica a riqueza de seu registro fóssil.
Os trilobitas atingiam entre 3 a 10 cm de comprimento, mas em alguns casos poderiam chegar a quase 1 metro.
Exclusivos de ambiente marinho, os trilobitas eram, em sua maioria, animais bentônicos, que viviam junto do fundo próximo à costa, mas algumas formas pequenas eram planctônicas e outras, nectônicas. Provavelmente eram, em sua maioria, detritívoros, sendo alguns carnívoros (predadores).
Os trilobitas viveram apenas na Era Paleozóica, nos mares do Cambriano ao final do Permiano, quando foram totalmente extintos.
Nas rochas da Era Paleozóica, estudadas por micropaleontólogos, podem ser encontradas partes desarticuladas do exoesqueleto dos trilobitas, tais como antenas e apêndices locomotores e respiratórios.

Equinodermos

São animais invertebrados exclusivamente marinhos caracterizados por sua simetria radial na fase adulta. Podem ser encontrados em quase todos os ambientes marinhos desde as regiões polares até as equatoriais, da zona intermarés a profundidades superiores a 5.000 m. Uma das principais características do grupo é o sistema vascular aquífero, que movimenta os seus pés ambulacrais.
Nos equinodermos destaca-se a presença de um esqueleto interno composto por placas de calcita cristalina, algumas muito pequenas, que quando desarticuladas são encontradas no material micropaleontológico. Os equinodermos, especialmente os crinóides, principalmente aqueles compostos por placas esqueletais mais resistentes, são um dos principais componentes bioclásticos dos carbonatos detríticos.
Há registro fóssil de equinodermos desde o Cambriano até o Recente.

EQUINÓIDES

Fazem parte desse grupo os ouriços e as bolachas-do-mar. Em geral, apresentam um esqueleto globular ou achatado. Os ouriços apresentam o corpo revestido por espinhos, que atuam na locomoção, mas também têm função de defesa. Placas calcárias isoladas e espinhos de ouriços fazem parte dos materiais atribuídos a microfósseis. Seu registro fossilífero vai do Ordoviciano ao Recente.

ASTERÓIDES

Os asteróides ("estrelas-do-mar") são organismos cujo esqueleto é constituído por vária palcas calcáreas fracamente interconectadas, de maneira que, com a morte do animal, ele é facilmente desagregado, tornando-o parte dos microf&ósseis.
São animais carnívoros, ativos predadores de ouriços-do-mar, pólipos de corais, moluscos e mesmo de outros asteróides. Também abrem facilmente a concha de alguns bivalves com a força de seus pés ambulacrais.
Ocorrem desde o Ordoviciano até o Recente.

CRINÓIDES

São equinodermos suspensívoros, ou seja, que se alimentam através de material em suspensão na água.
Também conhecidos como lírios do mar, foram abundantes nos mares do Paleozóico, onde viviam fixos ao fundo do mar por uma coluna flexível, podendo atingir até 21 m de comprimento. Hoje existe um grande número de espécies, mas são bem menos numerosos do que no passado.
Ocorrem desde o Ordoviciano até o Recente.

Conodontes

Os Conodontes foram animais de corpo mole, considerados, por alguns autores como pertencentes ao grupo dos vertebrados.
Eram predadores e livre natantes e exclusivamente marinhos.
O que fica preservado nas rochas, na forma de fósseis, são os dentes (placas dentígeras), compostos por fosfato de cálcio, dentina e esmalte. O tamanho das placas dentígeras varia de 0,2 a 6 mm. Partes orgânicas (tecidos moles do corpo) foram encontradas em rochas do Carbonífero da Escócia.
O registro fóssil dos conodontes vai do Cambriano até o Triássico.

Peixes

Os peixes (Gnathostomata) surgiram no Siluriano e existem até hoje.
Os Chondrichthyes (tubarões, raias) possuem o esqueleto interno cartilaginoso, mas seus dentes são encontrados frequentemente preservados em rochas. Os primeiros tubarões surgiram no início do período Devoniano. As raias têm seu registro mais antigo no Jurássico.
Os Osteychthyes (sardinha, salmão, bacalhau) são peixes ósseos com registro fóssil desde o Siluriano até hoje. Escamas, ossos e dentes podem ser encontrados nas rochas.

Répteis Marinhos

Os Répteis Marinhos formam um grande grupo de répteis que retornaram à água, mas não são dinossauros.
Alguns Répteis Marinhos que viveram exclusivamente na Era Mesozóica e hoje são extintos são os plesiossauros e os ictiossauros. Eles eram predominantemente carnívoros e hábeis predadores.
Os ictiossauros mediam, em média, entre 2 e 3 m de comprimento (mas podiam atingir 15 m), tinham um focinho longo e afilado e nadadeiras caudais e dorsais tal como os peixes. Alimentavam-se preferencialmente de moluscos como por exemplo os cefalópodes amonites.
Os plesiossauros eram répteis marinhos, com as patas adaptadas à função de nadadeira e com o pescoço muito comprido. Se alimentavam de peixes, inclusive os tubarões. Podiam atingir até 15m de comprimento.
Ambos, ictiossauros e plesiossauros, surgiram no Triássico e se extinguiram no final do Cretáceo na mesma época que os dinossauros e muitos outros grupos de seres vivos.

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