Cela – O Estado
angolano, através do Ministério da Energia e Águas (Minea), está a
investir, no presente ano, um montante financeiro orçado em trezentos
mil milhões de kwanzas, para a materialização dos grandes projectos
estruturantes no domínio da produção de energia.
O
facto foi anunciado hoje, quinta-feira, na cidade da Cela, município do
Waku Kungo, província do Kwanza Sul, pelo ministro da Energia e Águas,
João Baptista Borges, quando discursava no terceiro Conselho Consultivo
do Minea.
Entre
os principais projectos estruturantes, realçou a construção do
Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, na província do Kwanza Norte,
que terá uma capacidade de 2067 Megawatts (MW), cuja conclusão está
prevista para os finais de 2017, edificação da segunda central da
Barragem Hidroeléctrica de Cambambe, província do Kwanza Norte, e a
central combinada do Soyo, província do Zaire.
Segundo
o governante, considerando as necessidades inscritas no plano de acção
do sector para o quinquénio 2013-2017 e os objectivos no programa do
Executivo, prevê-se que sejam necessários cerca de 2,3 triliões de
kwanzas, para a materialização de projectos do sector eléctrico.
Em
2012, recordou, foram disponibilizados pelo Tesouro à Empresa Nacional
de Electricidade e Empresa de Distribuição de Energia (EDEL),
respectivamente, 70 mil milhões de kwanzas, para subsidiar preços.
“Na
ENE, 83 porcento dos proveitos operacionais da empresa, ou seja, cerca
63 milhões de kwanzas foram provenientes do Estado a título de subsídios
à preços. Na EDEL, 44 porcento dos seus proveitos operacionais, no
valor de 9,7 mil milhões de kwanzas foram cobertos por subsídios do
Estado”, detalhou.
Os
custos operacionais das duas empresas, salientou, crescem a uma taxa
média anual de 28 porcento, com reflexo no aumento anual da subsidiação.
“A
questão fundamental que se coloca é o que se passará, caso sejam
mantidos os actuais níveis de subsidiação das empresas face ao elevado
esforço de investimento que se assiste no aumento da capacidade de
geração, transporte e distribuição de eletricidade, que num prazo de
cinco anos quintuplicará a actual”, referiu.
Projecções
efectuadas recentemente, precisou, indicam que caso se mantenha a
tendência da evolução dos actuais défices operacionais e,
consequentemente, os níveis de subsidiação, o esforço financeiro feito
pelo Estado poderá ser transferidos, aos poucos, para a cobertura das
necessidades operacionais, em detrimento dos investimentos dos serviços
de fornecimento de energia eléctrica a uma maior franja da população.
“A
manter-se o actual cenário, em 2020 seria expectável que as
necessidades de financiamento à exploração das empresas fossem de cerca
de 400 mil milhões de kwanzas, enquanto para os investimentos seriam de
230 mil milhões de kwanzas, podendo-se aferir não haver, em termos
globais, a desejável e necessária redução das subvenções gerais do
Estado, para com as empresas do sector eléctrico, facto que pode agravar
mesmo a sua sustentabilidade”, argumentou.
Participam
no evento, que encerra sexta-feira, os secretários de Estado para
Energia e para as Águas, Joaquim Ventura e Luís Filipe da Silva,
respectivamente, directores nacionais, assessores e outros funcionários
séniores do Minea.
O
encontro conta também com as presenças dos presidentes do Conselho de
Administração das empresas afectas ao ministério, responsáveis do
Governo da província do Kwanza Sul, representantes da autoridade
tradicionais, entre outras entidades convidadas.
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