Pesquisa inédita feita por professor de Santos comprova benefícios do café.
Artigo já foi publicado em revistas especializadas dos Estados Unidos.
O famoso cafezinho é conhecido por afastar o sono, alegrar o espírito, melhorar a digestão ou até mesmo, substituir o doce após o almoço. Mas, o que poucos sabem, é que ele tem benefícios muito melhores, como por exemplo, ajudar a prevenir doenças degenerativas.
Esse poder do café foi descoberto pelo químico Silvio José Valadão Vicente, que dá aulas na graduação em Engenharia Química e pós-graduação em Sustentabilidade na Universidade Santa Cecília (Unisanta). Ele ficou três anos estudando a composição do café e descobriu que a bebida era capaz de aumentar o número de enzimas que combatem os radicais livres, responsáveis por algumas doenças. “O corpo da gente, quando trabalha, produz umas substâncias chamadas radicais livres. São substâncias agressivas que começam a atacar todas as moléculas que estão disponíveis e, quando ele ataca, pode causar doenças sérias tipo câncer, alzheimer, parkinson, catarata e diabetes. Nós temos no corpo substâncias antioxidantes. As mais ativas são três enzimas. Quando o corpo gera esses radicais, as enzimas destroem para não causar essas doenças.”, explica o professor.
A experiência deu resultado positivo. Uma dose de café, que representa cerca de um mililitro, aumentou o número de enzimas defensoras no organismo do rato. A medida equivale a quatro xícaras por dia. “O aumento dessas enzimas defensivas foi sensacional. Medi três enzimas diferentes. As três aumentaram e todas aumentaram mais que o dobro. O legal dessas enzimas aumentarem é que a pessoa vai ficar mais protegida”, garante o professor.
Segundo ele, é importante alertar a população que as quatro xícaras diárias não irão impedir as pessoas de terem doenças degenerativas, mas irão aumentar as defesas em relação a elas. “Não é que se você tomar café você nunca vai ter câncer ou diabetes. Doença é sempre uma probabilidade. O café, como outras substâncias, é um tremendo auxiliar. Ele diminui as chances de você ter essas doenças degenerativas”, diz.
Café torrado pronto para virar bebida
(Foto: Mariane Rossi/G1)
Além de descobrir esse benefício da bebida, o químico também conseguiu
provar que o café em excesso, mais que quatro xícaras por dia, não é
recomendado para mulheres pós menopausa, pessoas com pressão alta e
osteoporose. “O café tem cafeína, que é um estimulante. Em grande
quantidade aumenta a pressão arterial e há perda de cálcio”, explica.
Para quem tem pressão alta e osteoporose, a doença pode se tornar pior.
Já uma mulher pós-menopausa, segundo ele, não deveria tomar café, porque
ele aumentará a perda de cálcio e pode agravar um estado de
osteoporose. “Mas tem o plano B. É só tomar o descafeinado. É
recomendado”, orienta.(Foto: Mariane Rossi/G1)
Segundo o cientista, toda a pesquisa foi realizada com o café puro, o famoso expresso. Segundo Vicente, se a bebida for adicionada com outras, como por exemplo, o café com leite, não irá fazer o mesmo efeito.
A pesquisa que gerou todas essas informações é inédita e foi a tese apresentada pelo professor em seu doutorado. Dois artigos sobre o assunto foram publicados na revista americana Journal of Agriculture and Food Chemistry e na revista brasileira Brazilian Archives of Biology and Tecnology. Agora, o professor quer que a pesquisa seja divulgada para todos para que a ciência seja cada vez mais útil e benéfica para o bem estar humano.
Grãos que dão origem a bebida café (Foto: Mariane Rossi/G1)
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