![binarias](http://astro.if.ufrgs.br/bin/bin.gif)
Binária visual Kruger 60 observada no Observatório de Yerkes
![]() |
O sistema binário eclipsante Algol |
- 1783 - John Goodricke (1764-1786)
viu a estrela Algol (
Persei), que normalmente é de
magnitude, diminuir para 1/3 do seu brilho, por algumas horas. Trata-se de uma binária eclipsante, com um período de 2d20h49m. Geminiano Montanari (1632-1687) já tinha notado alguma variabilidade em 1669.
- 1804 - William Herschel (1738-1822) descobriu uma companheira fraca
da estrela Castor (
Geminorum) e mediu o período como sendo de 342 anos, usando uma medida feita por James Bradley (1693-1792), terceiro astrônomo real da Inglaterra, em 1759, que já catalogava estrelas duplas. Herschel foi o primeiro a estabelecer que se tratavam de corpos interagindo gravitacionalmente, isto é, de binárias físicas.
- 1827 - Felix Savary (1797-1841) mostrou que
Ursae Majoris tinha uma órbita elíptica, com um período de 60 anos.
- 1889 - Edward Charles Pickering (1846-1919),
professor de Harvard e Antonia Caetana de Paiva Pereira Maury
(1886-1952), sua assistente, descobriram as
binárias espectroscópicas, com a estrela Mizar A (
Ursae) apresentando linhas duplas que variavam com um período de 104 dias. Em 1908 Mizar B foi também detectada como uma binária espectroscópica por Edwin Brant Frost (1866-1935) e Friedrich Wilhelm Hans Ludendorff (1873-1941), com um período de 175,6 dias.
![Mizar](http://astro.if.ufrgs.br/bin/mizar.gif)
Imagem atual obtida com o interferômetro ótico Navy Prototype Optical Interferometer no Arizona, com seis telescópios, compreendendo 15 minutos de arco, de Mizar A (2,27 mag), uma binária espectroscópica descoberta em 1889, Mizar B (3,95 mag), a 15 segundos de arco de distância, e a estrela variável Alcor (4,04 a 4,07 mag).
![BigDipper](http://astro.if.ufrgs.br/bin/bigdipper.gif)
Posição de Mizar na constelação de Ursa Major, também conhecida como Big Dipper, do hemisfério norte.
![Mizar1](http://astro.if.ufrgs.br/bin/mizarsp1.jpg)
![Mizar2](http://astro.if.ufrgs.br/bin/mizarsp2.jpg)
Dois espectros obtidos por Pickering em 27 de março e 5 de abril de 1887. A linha K do cálcio (3934 Å) é dupla no primeiro espectro e simples no segundo. A outra linha, muito mais forte, é a linha H
![epsilon](http://astro.if.ufrgs.br/evol/epsilon.png)
![]() |
- Binárias Visuais: é um par de estrelas associadas
gravitacionalmente que podem ser observadas ao telescópio
como duas estrelas. A separação usual é de centenas
de unidades astronômicas.
- Binárias Astrométricas: quando um dos membros do
sistema é muito fraco para ser observado, mas é detectado
pelas ondulações no movimento da companheira mais brilhante.
Exemplo: Sírius era binária astrométrica até 31 de janeiro
de 1862, quando Alvan G. Clark Jr. (1832-1897) detectou
sua companheira fraca, uma anã branca, pela
primeira vez.
- Binárias Espectroscópicas: quando a natureza
binária da estrela é conhecida pela variação de
sua velocidade radial,
medida através das linhas espectrais
da estrela, que variam em comprimento de onda com o tempo.
A separação média é da ordem de 1 UA. Como o
período é curto, sua velocidade orbital é grande.
Esta também é a forma que planetas em torno de
estrela têm sido detectados no últimos anos.
- Binárias Eclipsantes: quando a órbita do sistema
está de perfil para nós, de forma que as estrelas eclipsam
uma à outra.
![Sirius B](http://astro.if.ufrgs.br/bin/SiriusB.jpg)
Determinação da Massa de Um Sistema Binário Visual
A órbita relativa observada em geral não coincide com a órbita relativa verdadeira, uma vez que esta em geral não está no plano do céu. Os focos das órbitas aparentes não coincidem com os focos das órbitas verdadeiras e, portanto, a estrela mais brilhante (chamada primária) vai aparecer fora do foco da órbita aparente. A distância da estrela ao foco permite saber a inclinação da órbita verdadeira em relação ao plano do céu, e assim determinar os parâmetros da órbita verdadeira.
![arco](http://astro.if.ufrgs.br/dist/arc.gif)
-
= tamanho angular do semi-eixo maior da órbita relativa verdadeira.
- r = distância do sistema ao Sol.
![a=r sen \alpha](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img6.gif)
![a(UA) = \alpha(^{\prime\prime}) \times r (pc)](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img7.gif)
![sen\alpha\simeq \alpha](http://astro.if.ufrgs.br/bin/imgb1.gif)
![$\alpha$](http://astro.if.ufrgs.br/bin/imgb2.gif)
![(M + m) = \frac{4\pi^2}{G}\frac{(r\times \alpha)^3}{P^2}](http://astro.if.ufrgs.br/bin/imgb3.gif)
![(M_1 + M_2) = \frac{(r\times \alpha)^3}{P^2}](http://astro.if.ufrgs.br/bin/imgb4.gif)
![displaymath110](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img9.gif)
![centro de massa](http://astro.if.ufrgs.br/bin/cm.gif)
![]() |
![displaymath111](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img10.gif)
![displaymath112](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img11.gif)
b) Se a distância de Sírius B ao centro de massa é o dobro da distância de Sírius A ao centro de massa, qual é a massa e cada estrela?
![displaymath113](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img12.gif)
![displaymath114](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img13.gif)
![displaymath115](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img14.gif)
Massas de Binárias Espectroscópicas de Linhas Duplas
![\Delta \lambda}{\lambda} = \frac{v}{c}\cos \theta
(\frac{1}{1-\frac{v^2}{c^2}})^{1/2}](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img15.gif)
![tex2html_wrap_inline159](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img16.gif)
![$\frac{\Delta \lambda}{\lambda} = \frac{v_r}{c}$](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img17.gif)
![besp](http://astro.if.ufrgs.br/bin/besp.gif)
Seja
![tex2html_wrap_inline163](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img18.gif)
![tex2html_wrap_inline165](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img19.gif)
![tex2html_wrap_inline167](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img20.gif)
![tex2html_wrap_inline169](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img21.gif)
![tex2html_wrap_inline171](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img22.gif)
![displaymath137](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img23.gif)
![]() |
![tex2html_wrap_inline173](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img24.gif)
![displaymath138](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img25.gif)
Exemplo: Seja um sistema binário de período 17,5 dias (=0,048 anos), e tal que
![tex2html_wrap_inline165](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img19.gif)
![tex2html_wrap_inline177](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img26.gif)
![displaymath139](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img27.gif)
![displaymath140](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img28.gif)
![displaymath141](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img29.gif)
Mas como:
![displaymath142](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img30.gif)
![displaymath143](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img31.gif)
![displaymath144](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img32.gif)
![]() |
![tex2html_wrap_inline179](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img33.gif)
![tex2html_wrap_inline181](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img34.gif)
![tex2html_wrap_inline183](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img35.gif)
![tex2html_wrap_inline185](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img36.gif)
![displaymath145](http://astro.if.ufrgs.br/bin/img37.gif)
Como o seno de qualquer ângulo é sempre menor que 1, a massa real será maior ou igual à massa medida.
![Transferencia de Massa](http://astro.if.ufrgs.br/bin/masstran.gif)
A velocidade radial é medida através do efeito Doppler. A primeira medida de velocidade radial foi feita visualmente pelo astrônomo americano James E. Keeler (1857 - 1900) em 1890-1891, utilizando um espectroscópio com rede de dispersão no telescópio de 1m do Observatório Lick, mas as primeiras medidas confiáveis foram obtidas entre 1888 e 1892 pelos alemães Hermann Carl Vogel (1841-1907) e Julius Scheiner (1858-1913), com o 80 cm de Postdam, com o desenvolvimento do espectro fotográfico. Nono catálogo de binárias espectroscópicas, contendo 2386 sistemas.
Sem comentários:
Enviar um comentário