O Cretácico
é um período que pertence ao eon Fanerozoico e a era Mesozoica,
divide-se em duas épocas/series: Inferior e superior. Por sua vez, cada
época se divide em idades ou andares, como podemos ver na imagem
seguinte. Este é o período que sucede o jurássico e precede o
paleogénico, este último já numa diferente era, o Cenozóico.
Foi
neste período, que se iniciou à 145,5 Ma e terminou à 65,5 Ma atrás,
que ocorreu o maior episódio de extinção em massa alguma vez na história
da terra, a extinção dos dinossauros. Este sistema ficou marcado também
pelo aparecimento das primeiras plantas com flores e os primeiros
mamíferos placentários.
O
Cretácico Inferior está, aproximadamente, compreendido entre os 145,5
Ma e 99,6 Ma atrás. Esta época divide-se nos andares Berriassiano,
Valanginiano, Hauteriviano, Barremiano, Aptiano, Albiano do mais antigo
para o mais recente.
O
Cretácico Superior está, aproximadamente, compreendido entre 99,6 Ma e
65,5 Ma atrás. A serie Cretácica Superior divide-se nos andares
Cenomaniano, Turoniano, Coniaciano, Santoniano, Campaniano,
Maastrichtiano, do mais antigo para o mais recente.
Durante
o período jurássico a Pangea (continente único) iniciou a sua
fragmentação, sendo que no período Cretácico encontrava-se separada em
dois continentes, o Gondwana que compreendia as actuais regiões da
América do Sul, África, Austrália e Índia e a Laurásia onde por sua vez
se encontrava a actual América do Norte, Europa, Ásia e Artico.
Evolução climática
Durante
o Cretácico inferior o clima era frio, presenciava-se a ocorrência de
neve e gelo durante a estação fria e as regiões polares eram cobertas
por florestas frias a moderadas. No Cretácico superior as temperaturas
subiram, a temperatura média a superfície Terrestre era 4°C acima da
actual. Não existia gelo nos pólos, os dinossauros migravam entre as
regiões quentes e as regiões moderadas/frescas conforme a estação do ano
mudava, estas condições mantiveram-se constantes até praticamente o fim
do período. Esta tendência para o clima se manter quente deveu-se
essencialmente a intensa actividade vulcânica e a consequente produção
de enormes massas de dióxido de carbono. Esta subida das temperaturas
promoveu uma bastante significativa subida do nível dos oceanos.
Estima-se que a temperatura media da superfície do mar rondava os 37°C e
que as temperaturas das aguas profundas eram entre 15 a 20° C mais
altas do que nos dias de hoje.
Evolução biológica/organismos
Como
já foi referido foi neste período que surgiram as primeiras plantas com
flor, as angiospermas. As angiospermas são o grupo de plantas mais
diverso, distinguem-se por serem plantas com flor e por terem muitas
vezes frutos, onde estão as suas sementes. A sua evolução e proliferação
foram em parte sustentadas pelo aparecimento das primeiras abelhas. As
angiospermas e os insectos são um bom exemplo de co-evolução, estes
últimos sofreram uma diversificação durante este período, borboletas,
gafanhotos e as primeiras térmitas apareceram nesta altura.
Os
mamíferos eram ainda uma pequena parte da fauna no inicio do Cretácico,
no entanto no decorrer do Cretácico Inferior os primeiros marsupiais
foram evoluindo e no Cretácico Superior surgiram os primeiros mamíferos
placentários. A fauna era dominada por répteis, na sua maioria
dinossauros que tinham então atingido a sua maior diversidade.
No mar tornaram-se bastante comuns tubarões, raias e um dos maiores grupos de peixes, os teleósteos. Os
ouriços e as estrelas-do-mar proliferaram também durante o Cretácico.
Relativamente a organismos, um acontecimento importante foi a também
proliferação das Diatomáceas, um tipo de fitoplâncton, organismos
microscópicos que realizam a fotossíntese. Tornaram-se comuns crustáceos
como as lagostas e ainda os corais modernos.
Extinção
Durante
o Maastrichtiano, o ultimo andar do Cretácico Superior, deu-se o
acontecimento que provocou a extinção dos dinossauros e outras especies,
este está envolto em alguma controvérsia, a hipótese mais aceite é a
queda de um meteorito que terá provocado uma enorme crise ecológica e
consequente diminuição substancial da biodiversidade. A maioria das
espécies que realizava fotossíntese diminuiu a sua população ou
tornou-se mesmo extinta devido as partículas na atmosfera que bloqueavam
a energia e luz solar. A maioria dos dinossauros era herbívoro, a
inexistência de plantas provocou a sua extinção e consequente falta de
alimento para os dinossauros carnívoros.
Geologia
Relativamente
à geologia, o elevado nível eustático do mar e o clima quente levou a
que uma grande parte do território continental fosse coberto por mares
rasos e quentes, o que por sua vez levou à formação de grandes depósitos
de calcário marinho. Os grandes depósitos de giz na Europa caracterizam
também a geologia desta altura, aliás é de notar que o nome Cretácico
provem do latim de giz. Foram formados também alguns xistos,
especificamente no mar do Norte.
Referências bibliográficas:
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