Sapo recém-descoberto em Israel é 'fóssil vivo'
Anfíbio raro, desaparecido há 60 anos, pertence a um grupo extinto há 15 mil anos.
Sapo pintado de Hula estava desaparecido há quase 60 anos (Foto: Mickey Samuni-Blank/WikiCommons)
Uma rara espécie de sapo redescoberta recentemente, após ser declarada
extinta, acaba de ser classificada como um "fóssil vivo".O sapo pintado de Hula, encontrado em Israel, ficou desaparecido durante quase 60 anos, mas um exemplar da espécie foi encontrado em 2011 em uma região pantanosa.
"Foi uma grande descoberta – é como um ídolo em Israel", diz à BBC o professor Sarig Gafny, do Ruppin Academic Center, em Israel. "Daí descobrimos que o animal era um fóssil vivo. Foi incrível."
Chama-se de "fóssil vivo" um exemplar vivo de uma espécie que se acreditava estar extinta, e que geralmente – mas não necessariamente – era conhecida apenas por meio de fósseis.
A pesquisa sobre o sapo foi publicada na revista científica "Nature Communications".
Mesmo antes de ter sido declarado extinto, em 1996, o sapo pintado de Hula era uma criatura esquiva. Apesar de suas características bem peculiares – barriga com pintas pretas e brancas –, apenas três exemplares adultos haviam sido vistos.
Testes genéticos
Quando o Vale de Hula, em Israel, foi drenado, nos anos 1950, a casa pantanosa dos sapos foi destruída. Cientistas pensaram que a espécie estava acabada. Mas, dois anos atrás, um sapo pintado foi encontrado por um guarda florestal.
Desde então, outros 13 exemplares foram descobertos. Com isso, os cientistas puderam estudar a espécie detalhadamente.
O anfíbio havia sido classificado como um membro do grupo Discoglossus, mas testes genéticos e tomografias indicaram que, na verdade, ele pertence ao grupo Latonia – comum na Europa durante milhões de anos, mas extinto há 15 mil anos.
"Ninguém teve a chance de ver um (sapo) Latonia porque ele foi extinto na Europa. A única forma de vê-lo era por meio de fósseis", explicou Gafny.
"Mas todas as características observadas no sapo pintado de Hula (combinam com) as do fóssil da Latonia, e não do Discoglossus. Portanto, trata-se de um fóssil vivo."
Os pesquisadores dizem que o sapo foi "surpreendentemente resiliente", mas acrescentam que é muito importante agora assegurar sua sobrevivência. Eles afirmam que esforços para levar a água de volta ao Vale de Hula ajudariam a assegurar um habitat adequado à espécie.
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