Aquisição Sísmica
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O que é Aquisição Sísmica
O
conhecimento de Aquisição Sísmica pressupõe a absorção de um grande
número de conceitos de propagação de ondas para que, ao desenharmos,
planejarmos e adquirirmos os dados desejados, todas as feições que
apareçam num sismograma de campo e posteriormente numa seção sísmica 2D
ou 3D, sejam compreendidas ao máximo, seja sinal desejado ou ruído.
O
objetivo desta seção é oferecer ao leitor instrumentos para
que controle, teoricamente, os principais conceitos envolvidos nesta
etapa fundamental da prospecção sísmica. Num fluxo natural de trabalho
da prospecção sísmica, este conhecimento é complementado pelas
disciplinas de Processamento Sísmico e Interpretação Sísmica.
Fundamentalmente, Aquisição Sísmica
é uma ciência originalmente derivada da sismologia e é conceituada para
estudos de fenômenos naturais como terremotos. Inicialmente,
sismologistas eram motivados pelo desejo de entender a natureza
destrutiva de terremotos de grande porte. Eles logo aprenderam, no
entanto, que as ondas sísmicas produzidas por um terremoto continham
importantes informações, em larga escala, sobre a estrutura do interior
da Terra.
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(Texto_AS_001_20/01/2013)
Hoje,
muito do nosso entendimento do manto, crosta e núcleo da Terra é
baseado na análise das ondas sísmicas produzidas pelos terremotos.
Assim, sismologia se tornou um importante ramo da geofísica, a física da
Terra.
Sismologistas
e geólogos também descobriram que de uma forma similar, as ondas
sísmicas geradas pelo homem tinham um uso mais prático: elas poderiam
pesquisar a estrutura mais superficial da Terra para ajudar a localizar
minerais, água e recursos de hidrocarbonetos. Assim, a indústria de
exploração sísmica nasceu, e tais profissionais trabalhando na indústria
passaram a ser chamados de geofísicos de exploração. O conceito básico
da exploração sísmica é simples: ondas sísmicas são produzidas
artificialmente, em geral na superfície da Terra, com freqüências
geralmente variando entre 5 Hz e 100 Hz, ou pouco mais, e penetram
(ondas de corpo) em seu interior.
Conforme
as ondas se afastam da posição da fonte sísmica para o interior da
Terra, elas percebem mudanças nas camadas geológicas da Terra, que
causam reflexões que devolvem parte da energia de volta à superfície.
Transdutores eletromecânicos (acelerômetros, geofones ou hidrofones)
posicionados na superfície da Terra, detectam tais reflexões e as
convertem em sinais elétricos, que são amplificados, filtrados,
digitalizados e gravados.
Os
dados sísmicos gravados passam por processos computacionais digitais
para produzir imagens de estruturas superficiais da Terra. Um
geocientista pode interpretar tais imagens para determinar que tipo de
rochas elas representam, e verificar se tais rochas podem conter
recursos minerais importantes. Assim, o tema tratado aqui, aquisição de
dados sísmicos, é apenas uma das diversas etapas de um processo de
múltiplos estágios.
O
processo completo é conhecido como levantamento sísmico. Em
geral, pode-se dividir um levantamento em quatro fases distintas:
desenho e planejamento, aquisição dos dados no campo, processamento e
interpretação de dados. Esta divisão serviu de base para concepção deste
material.
Introdução ao Método Sísmico
O
sucesso (ou fracasso) de um levantamento sísmico, muitas vezes não é
estabelecido até que se atinja a fase de interpretação final. Devido ao
fato de que um re-levantamento sísmico pode ser proibitivamente caro, é
de imensa importância a garantia de que todos os aspectos do primeiro
levantamento sejam observados corretamente. Isto significa que os
cuidados no planejamento e na aquisição de dados são extremamente
importantes.
Em
termos de prospecção de petróleo, uma vez que estruturas geológicas em
subsuperfície (debaixo de terra ou mar) podem conter hidrocarbonetos,
torna-se necessária a definição diferencial de dois métodos de
levantamentos sísmicos de superfície: um método de aquisição de dados
terrestres e outro método de aquisição de dados marítimos. Esses dois
métodos têm um objetivo comum: a imagem em subsuperfície da Terra. Sendo
tais ambientes superficiais tão diferentes, cada um requer tecnologia
única e terminologia própria.
Neste
texto, exemplos simples de ambos os métodos são descritos, com
apresentação de conceitos básicos de aquisição de dados sísmicos. Além
disso, será descrito também um método de levantamento sísmico híbrido,
que mistura ambientes naturais de terra e de mar, chamado de zona de
transição.
Considere
um diagrama simples de aquisição em terra mostrado na abaixo. A onda
sísmica é gerada por uma fonte de energia que é inicializada perto da
superfície, causando uma onda de choque que viaja na direção de camadas
de rochas geológicas subjacentes. Parte da energia da onda de choque é
refletida das rochas e volta à superfície. Com a chegada das ondas nos
receptores (que aqui serão tratados genericamente como geofones, na
superfície da Terra ou a maiores profundidades), eles vibram e geram
sinais elétricos. Tais sinais são transmitidos por meio de cabos ou pelo
ar (satélite), para uma gravação num sismógrafo, que pode ser acoplado a
um caminhão ou a um navio, onde é digitalizado e gravado em fita
magnética, disco ou memória RAM. A informação registrada é enviada para
um centro de computação para processamento.
A
técnica de gravação sísmica é, muitas vezes, referida como levantamento
sísmico, de modo que palavras como "gravação" e "levantamento" podem
ser usadas para tal. As posições em que as fontes de energia são
detonadas são chamadas de pontos de tiro (shotpoints).
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