Os silicatos constituem a classe de maior
importância, representando cerca de 25% dos minerais conhecidos e quase 40% dos minerais
comuns. Os silicatos constituem cerca de 95% do volume da crosta terrestre, dos quais
cerca de 59,5% são representados por feldspatos, 16,8% por anfibólios e piroxênios, 12%
por quartzo e 3,8% pelas micas, os outros minerais (silicatos e não silicatos)
perfazendo o volume de aproximadamente 7,9%. Dessa maneira, a grande maioria das rochas é
formada por silicatos, sendo raras as rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares que
não possuem como minerais essenciais silicatos. Assim sendo, é impossível classificar
rochas sem possuir uma boa base de mineralogia dos silicatos.
De um modo geral a crosta terrestre é formada por mais de 60% de
átomos de oxigênio, pouco mais de 20% de átomos de silício e 6 a 7% de
átomos de alumínio, aparecendo com porcentagem atômica ao redor de 2% os átomos
de Fe, Ca, Mg, Na e K. Os demais elementos químicos representam cerca de 1% da
proporção atômica média encontrada na crosta terrestre, e desses apenas o Ti possui
alguma importância volumétrica na arquitetura da crosta. O mais importante para entender
a estruturação da crosta terrestre é a proporção atômica, seguida da proporção
volumétrica, não tendo importância a porcentagem em peso, embora seja a maneira
sob a qual a composição das rochas e dos minerais é normalmente mencionada e analisada
do ponto de vista litoquímico ou geoquímico. Dessa forma podemos imaginar a crosta
terrestre como uma espuma de oxigênio ligados em configuração de maior ou menor
complexidade pelos átomos pequenos, altamente carregados, de silício tetravalente (raio
iônico = 0,42A0) e alumínio trivalente (raio iônico = 0,51A). Esta estrutura
apresenta interstícios que podem ser ocupados por átomos de Fe, Ca, Mg, Na e K em
estados de coordenação adequados a seus respectivos raios individuais.
O que norteia o aparecimento de um ou outro mineral são as condições
termodinâmicas ditadas pela concentração dos elementos, pressão confinante,
temperatura, natureza e pressão dos fluidos, pH, etc. Dessa maneira, a mineralogia pode
ser tomada como o alfabeto com que a natureza escreve a sua história, sendo que neste
contexto aparecem citações como: "Se as rochas são as páginas do livro da
história geológica, os minerais são os caracteres com os quais o livro foi impresso e
somente com uma compreensão deles e de suas estruturas o documento pode ser lido".
O conhecimento dos minerais com suas respectivas propriedades físicas
e químicas, são de importância essencial para a vida na terra. Dessa forma, podemos
destacar que as plantas obtêm seu sustento do solo, que é constituído basicamente por
silicatos; na alimentação animal e mesmo humana entram silicatos como por exemplo o
talco na fabricação de balas e doces; o tijolo, vidro, concreto, pedra, argamassa usados
na construção das casas são silicatos ou derivam deles. Os silicatos são essênciais
na produção de cerâmica, refratários, fibra de vidro e vários outros produtos usados
na fabricação de utensílios. Também são fonte de obtenção de alguns metais úteis
para a humanidade tais como alumínio, níquel, berílio, zircônio etc. Os usos dos
silicatos visando a melhoria das condições de vida são enormes e crescem dia a dia com
o desenvolvimento das pesquisas, e dessa forma não devemos recear que nossos estudos
sobre os silicatos se desatualizem.
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