Pesquisadores descobrem 2 novas espécies de aracnídeos no Nordeste
Animais encontrados no CE e RN são parentes de escorpiões e aranhas.
Autores de universidade mineiras relataram o achado na revista 'Plos One'.
Nova espécie de aracnídeo, 'Rowlandius ubajara', descoberta no Ceará (Foto: Santos et al/Plos One)
Um grupo de pesquisadores brasileiros descobriu duas novas espécies de
aracnídeos escavadores no Nordeste. Os animais, da ordem Schizomida, são
parentes de escorpiões, aranhas e carrapatos, e foram encontrados no
Ceará e no Rio Grande do Norte.Os autores relataram o achado em artigo publicado esta semana na revista científica "Plos One". Com a descoberta, sobe para quatro o número de aracnídeos escavadores descritos no Brasil até agora, e para 25 os conhecidos em toda a América do Sul.
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A primeira espécie, encontrada no Parque Nacional Ubajara, no Ceará, recebeu o nome de Rowlandius ubajara. Os animais vivem em regiões de cavernas de uma área remanescente de mata atlântica em plena caatinga.- Cientistas divulgam lista de '10 mais' das espécies descobertas em 2012
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Já a outra espécie foi descoberta em uma região de caatinga no Rio Grande do Norte e recebeu o nome de Rowlandius potiguar.
Em entrevista à agência EFE, o biólogo especialista em aracnídeos Adalberto José dos Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos responsáveis pelo trabalho, disse que esses aracnídeos se alimentam de sementes depositadas nas cavernas e de outros pequenos insetos que são atraídos pelas fezes de morcegos e capturados com um par especial de patas.
"Embora as espécies sejam de cavernas, há evidências de que uma das duas pode ser encontrada fora desses ambientes, e poucos indícios que estejam exclusivamente adaptadas à vida na escuridão", afirmou o biólogo.
A ordem Schizomida tem cerca de 240 espécies descritas, e a maioria vive em zonas tropicais do México e do Caribe. Esses aracnídeos medem entre 2 e 5 milímetros de comprimento e, por causa de seu tamanho, são raros e pouco estudados pelos cientistas.
As duas novas espécies descobertas no Nordeste também têm o que os pesquisadores chamam de "olho falso", comum entre outros animais do grupo. Isso significa que possuem uma membrana no lugar dos olhos, e acredita-se que os indivíduos se orientem não pela visão, que provavelmente é ruim, mas por outros sensores.
"As novas espécies foram descritas a partir de características microscópicas de seus genitais, que os diferencia de outros animais do mesmo gênero", explicou Santos.
De acordo com o biólogo da UFMG, a descoberta acrescenta componentes até agora desconhecidos à rica biodiversidade brasileira, e mostra o país como habitat de espécies que são mais comuns no Caribe e em áreas tropicais das américas Central e do Norte.
Os novos aracnídeos foram descritos em artigo assinado por Santos, em conjunto com Rodrigo Lopes Ferreira, pesquisador da Universidade Federal de Lavras (MG) e responsável por colher as espécies; e Bruno Alves Buzatto, especialista em variações morfológicas (da forma) entre artrópodes machos.
Imagem da espécie 'Rowlandius potiguar', encontrada no Rio Grande do Norte (Foto: Santos et al/Plos One)
Fonte: g1.globo.com
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